Caríssimos leitores, estamos no mês de setembro, mês da Bíblia; por isso dedicaremos alguns artigos baseado em algumas vocações que encontramos na Sagrada Escritura. Primeiro, o porque do mês de setembro ser o mês dedicado a Bíblia:
No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos estabeleceu setembro como o “mês da Bíblia” por várias razões importantes.
Este mês foi escolhido, porque o grande São Jerônimo, que traduziu a Bíblia do hebraico e grego para o latim, tem sua memória litúrgica celebrada no dia 30 de setembro. Ele foi secretário do grande Papa São Dâmaso (366-384), que o incumbiu dessa grande obra chamada “Vulgata”, por ser usada em toda a parte. Diante disso, vejamos hoje a vocação do Profeta Jeremias; o texto foi escrito pelo Diácono Vicente Oliveira, da Arquidiocese de Fortaleza.
Dentre os relatos bíblicos sobre o chamado de Deus, é demasiado bela a inspiradora história da vocação de Jeremias. Nascido por volta de 650 a.C e de família sacerdotal, Jeremias foi chamado por Deus muito jovem; e já nos primeiros versículos do Livro, logo após sua apresentação (Jr 1, 1-3), vemos como Jeremias se tornou destinatário da Palavra do Senhor e como esta foi dirigida ao profeta: “Antes mesmo de te modelar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para as nações” (Jr 1, 5).
Este “conhecer”, da parte do Senhor, equivale a escolher e predestinar, ou seja, Jeremias já havia sido escolhido e predestinado por Deus para ser um profeta, aquele que falaria em nome do Senhor, antes mesmo da sua concepção no seio materno. Contudo, Jeremias apresenta ao Senhor o que para ele seria uma limitação: a sua tenra idade; ao que logo foi consolado pelo Senhor: “...eu estou contigo” (Jr 1, 8).
A missão de Jeremias não seria das mais fáceis; ansioso de paz, esteve em luta constante contra reis e falsos profetas. Por isso que foi fundamental a presença de Deus em sua vida, uma vez que o Senhor o constituía sobre nações e reinos. De uma alma terna, feita para amar, foi enviado “para arrancar e destruir, para exterminar e para demolir, para construir e para plantar” (Jr 1, 10). Com a alma purificada pelo sofrimento e aberta para o contato com Deus, o profeta se torna arauto do Senhor para uma nova realidade: a Nova Aliança onde a lei deixa de ser carta puramente exterior para tornar-se inspiração que atinge o coração do homem (Jr 31, 31-34). Esta Aliança será inaugurada pelo sacrifício de Cristo. À luz da vocação de Jeremias, podemos dizer que o chamado que Deus nos faz hoje também já co-habita com Ele em Sua eternidade e já se constitui uma realidade mesmo antes da nossa existência. E, diante das nossas limitações, não nos esqueçamos que estamos nas mãos do Senhor, como a argila nas mãos do oleiro (Jr 18, 6). Sua presença santificadora e constante, isto é, a Sua graça, é que nos faz fortes para sermos sinais de contradição em um mundo cada vez mais relativista e descrente. Respondendo positivamente ao chamado de Deus seremos constituídos ministros da Nova e Eterna Aliança selada do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo “para a maior glória de Deus”.
Diácono Vicente Oliveira
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