Madre será beatificada neste sábado em São Paulo. Superiora das Scalabrinianas a apresenta como modelo de vivência do perdão, serviço e caridade
Luciane Marins, com colaboração de Jéssica Marçal
Da Redação
Neste sábado, 25, a Igreja terá uma nova beata: Madre Assunta Marchetti, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, as Scalabrinianas. Para conhecer a vida e a obra desta religiosa italiana que viveu no Brasil por mais de 50 anos, o Canção Nova em Foco conversa com irmã Neusa de Fátima Mariano, superiora geral da Congregação.
A cerimônia de beatificação será na Catedral da Sé em São Paulo, neste sábado, às 10h. “Estamos com o coração em festa. O anúncio da beatificação foi feito ano passado. Desde então, já estamos em preparação. É uma preparação espiritual, na oração, reflexão, caminho de formação para celebrarmos intensamente esse grande evento”, conta irmã Neusa.
Madre Assunta chegou ao Brasil com 24 anos de idade e nunca mais voltou à sua terra natal, a Itália. Veio do seu país para acompanhar imigrantes italianos. Aqui no Brasil, a madre se dedicou especialmente ao cuidado dos mais necessitados, como os órfãos, pobres, doentes e migrantes.
“No contexto da migração, Madre Assunta desponta como esta grande figura, de uma mulher que doou sua vida na assistência e no acompanhamento aos migrantes, na fidelidade ao carisma do fundador, o beato João Batista Scalabrini.”
O então Bispo de Piacenza, preocupado com as grandes migrações que aconteciam da Europa para as Américas no final do século XIX, fundou duas Congregações para acompanhar os migrantes: a dos Padres Scalabrinianos, em 1887, e a das Irmãs Missionárias Scalabrinianas, em 1895. Madre Assunta estava entre as quatro primeiras irmãs da Congregação que vieram para o Brasil.
A primeira casa onde Madre Assunta começou esse trabalho pioneiro em São Paulo está ativa ainda hoje. O abrigo, fundado por ela e seu irmão, padre José Marchetti, em em1904, fica na Rua do Orfanato, Vila Prudente. “Foi um trabalho que ela deixa como marco. Temos essa casa que continua atendendo e dando assistência hoje. Sabemos o quanto São Paulo é uma grande cidade com uma realidade muito forte dos menores não acompanhados.”
Cerimônia de Beatificação
O rito de beatificação de Madre Assunta será presidido pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato. A Missa será presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.
Irmã Neusa explica que é muito significativo que a cerimônia seja em São Paulo. “Para nós é importante porque foi o ponto aonde chegou o primeiro grupo, o grupo pioneiro, aqui no Ipiranga. E aqui em São Paulo se desenvolveu todo trabalho da madre, foi onde ela viveu e morreu.”
A família do senhor Heráclides Teixeira Filho, que recebeu o milagre que levou Madre Assunta à beatificação, estará na cerimônia. “Eles terão participação efetiva dentro da celebração. Para nós é uma grande alegria,” comemora irmã Neusa.
Modelo de vida
Entre inúmeras virtudes de Madre Assunta, irmã Neusa destaca a fé inabalável. “Ela sempre dizia uma expressão em italiano: Deus vê e Deus provê! Era uma mulher de uma confiança inabalável em Deus.”
“Ela é um modelo para nós hoje, que estamos sendo tantas vezes exortados pelo Papa Francisco a viver a dimensão do perdão, da caridade, do serviço, de ser uma Igreja que vai ao encontro do outro. Modelo de missionariedade”.
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