Mensagem
ao final da Missa pela passagem do aniversário natalício
Antes
de tudo um muito obrigado ao Senhor Deus que nos reuniu hoje, nesta noite de 21
de fevereiro de 2013. Obrigado ao Sr. Bispo Auxiliar, Dom Rosalvo, que presidiu
esta celebração, obrigado a presença dos meus familiares, do irmão Pe. José Filho,
dos amigos e irmãos das Equipes de Nossa Senhora, da Comunidade Católica
Shalom, da Comunidade Canção Nova, Comunidade Recado, outros amigos que vieram de comunidades paroquiais:
Caucaia, Maranguape, Henrique Jorge, e outros amigos e amigas que o
Senhor foi me concedendo no decorrer destes anos de vida; amigos que fomos
conhecendo nos caminhos percorridos até aqui. Um obrigado especial aos
seminaristas, esperança de renovação santa para a Igreja de nosso dias, e especialmente
aos seminaristas que formam esta comunidade do Propedêutico de 2013, minha
família. A todos muito obrigado pela presença.
Queridos amigos e irmãos,
Estamos
aqui hoje com o pretexto de celebrarmos o dom da vida. Saber-se criado para
viver eternamente, inclusive depois da morte física, pois nascemos para a
eternidade, faz pensar muito sobre o sentido da nossa existência e do que
estamos fazendo aqui nesta terra. Aos 34 anos esse questionamento parece ser
maior e mais intenso, pelo menos para mim. Não raro tenho me pegado pensando na
escolha e eleição de Deus para comigo, e não posso acreditar que simplesmente “passamos por aqui” e pronto, tudo
acabou depois de falecido o nosso corpo! Pensar que tudo acaba aqui mesmo na
Terra deixa nossa vida sem sentido, vazia, até mesmo sem rumo. A vida é bela e
grande demais para não ter sentido, para não ser posta em favor de algo.
Há
alguns dias atrás fomos pegos de surpresa pela renúncia do Papa Bento XVI, mas
esse Papa, inclusive com sua renúncia, tem-nos feito pensar muito no sentido
que damos à vida e no sentido da vida. É o próprio Bento XVI quem nos
questiona: “O que conta verdadeiramente na nossa vida?” (Catequese, 13.02.13). Essa pergunta é
inquietante e muitos homens e mulheres que passaram por aqui procuraram
respondê-la e só encontraram resposta com sentido pleno quando encontraram essa
resposta em Deus, como nos lembra o Beato Charles de Foucauld: “Depois
de ter descoberto que existe Deus, torna-se-me impossível não viver só para
Ele”. É verdade! É Deus quem dá sentido à vida, afinal descobrimos que
viemos dele e para ele voltaremos.
“O
que conta verdadeiramente nessa vida?”, onde possuir bens, ter poder sobre os
outros, demonstrar status, satisfazer os desejos e ambições individuais ganham
cada vez mais espaço; O que importa nessa vida? Essa pergunta inquietou Santo
Agostinho, que ao encontrar a resposta exclamou: “Fizeste-nos para Ti e inquieto
está o nosso coração enquanto não repousar em Ti”.
Um
dia todos nós que aqui estamos descobrimos o sentido de nossa vida e o lugar do
Senhor nela: “Adorarás ao Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto”. Essa
constatação requererá fazermos da nossa vida um caminho de conversão que “exige
trabalhar as nossas escolhas à luz da Palavra de Deus” (Bento XVI, Catequese 13.02.13).
Como
Padre, escolhido pelo Senhor para viver o Ministério Sagrado sobre a Terra e
levar muitas almas para ele, retomo as palavras de S. José Maria Escrivá quando
diz: “É
bom dar glória a Deus sem buscar antecipações – mulher, filhos, honras – dessa
glória de que gozamos plenamente com Ele na Vida... Além disso, Ele é
generoso... Dá cem por um; e isso é verdade, mesmo nos filhos. – Muitos se
privam deles pela glória de Deus, e têm milhares de filhos do seu espírito. –
Filhos, como nós o somos do nosso Pai que está nos céus” (Caminho, n.779). E aqui estão alguns dos
inúmeros filhos que o Senhor me deu, como Pastor e Pai de um rebanho numeroso.
Amigos,
para mim é uma honra ter a presença de cada um de vocês aqui comigo, neste
tempo quaresmal, em que à espera da Páscoa do Senhor, vitória definitiva da Vida
sobre a morte, estamos celebrando o dom da vida. Assim, nessa espera
penitencial e ao mesmo tempo gozosa, “o homem interior deve preparar-se para ser
visitado por Deus, e por isto não deve deixar-se invadir pelas ilusões, pelas
aparências, pelas coisas materiais” (Bento XVI, op. Cit.) e gostaria que todos saíssemos daqui com essa
convicção.
Caminhemos
juntos, espiritualmente, neste favorável, em que marchamos para cantar mais uma
vez o Exultet Pascal. Caminhemos juntos para o Senhor, abrindo espaço cada vez
maior para o Amor, inclusive para que não amemos por ou as aparências, mas de
fato e de verdade. Ao falar de vida e de amor, de aparências e de verdade,
gostaria que ficássemos com um último conselho, que vem da Beata Teresa de
Calcutá: “Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração,
pois um dia você pode se decepcionar. Ame apenas, pois o tempo nunca pode
acabar com um amor sem explicação”. Esse amor Deus tem por nós, esse
amor devemos tê-lo pelo Senhor.
Obrigado pela presença de todos,
Deus abençoe,
Pe. Rafhael Silva Maciel
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