Notícias e Atualidades


Sai a primeira fumaça preta deste Conclave

André Alves/ Da Redação


Às 15h41 desta terça-feira, 12, a chaminé da Capela Sistina em Roma, sinalizou: a Igreja ainda está sem Papa. A fumaça preta indicou o resultado do primeiro escrutínio das votações que aconteceram no Conclave, nesta tarde.

Num dos fornos, de 1938, foram queimadas as cédulas, e em outro, de 2005, dotado de dispositivos eletrônicos, foi criada a fumaça preta.

Segundo explicou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, na coletiva do último sábado, 9,  as cédulas são queimadas ao final das votações do turno, ou seja,  e não ao final de cada votação.

A próxima aparição da fumaça está programada para as 08h (horário de Brasília) desta quarta-feira, 13, podendo ser antecipada caso a eleição do novo Papa aconteça no fim do primeiro escrutínio da parte da manhã.


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Cardeais decidem: Conclave começa na próxima terça, dia 12

Conclave08032013
Na oitava Congregação Geral, realizada na tarde desta sexta-feira, 08 de março, o Colégio Cardinalício decidiu a data de início do Conclave que vai eleger o novo papa. Nesta terça, dia 12 de março, os 115 cardeais eleitores iniciam os trabalhos. No período da manhã, na Basílica de São Pedro, será celebrada a Missa ‘Pro eligendo Pontifice’ e na parte da tarde ocorre a entrada dos Cardeais na Capela Sistina. Os primeiros escrutínios já deverão se realizar na tarde do mesmo dia.
Mesmo com a data do Conclave confirmada, o Colégio Cardinalício realizará mais uma Congregação Geral neste sábado. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, declarou em coletiva que os cardeais não poderão receber informações externas durante o Conclave, nem poderão ler jornais, ouvir rádio, assistir à TV ou acessar a internet, como prevê a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Serão instalados bloqueadores de comunicação para impedir o uso de equipamentos e dispositivos eletrônicos, como celulares, da mesma forma como já ocorre na Sala dos Sínodos, onde têm ocorrido as congregações gerais.
Ainda segundo o padre Lombardi, os cardeais não terão que passar por revista para entrar na Capela Sistina. Apenas os funcionários e demais pessoas devem ter de se submeter a um detector de dispositivos. Durante o período de reclusão para a escolha do novo Papa, os cardeais poderão se confessar.
Participarão do Conclave 115 cardeais, sendo necessário o voto favorável de 77 purpurados para eleger o Papa, ou seja, os 2/3 dos votantes.

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TELEGRAMA DO COLÉGIO DE CARDEAIS AO PAPA EMÉRITO BENTO XVI

A SU SANTIDAD
EL PAPA EMÉRITO BENEDICTO XVI
CASTEL GANDOLFO.

LOS PADRES CARDENALES REUNIDOS EN EL VATICANO PARA LAS CONGREGACIONES GENERALES EN VISTA DEL PRÓXIMO CÓNCLAVE LE ENVÍAN AL UNÍSONO UN DEVOTO SALUDO CON LA EXPRESIÓN DE GRATITUD RENOVADA POR TODO SU LUMINOSO MISTERIO PETRINO Y POR SU EJEMPLO DE GENEROSA SOLICITUD PASTORAL POR EL BIEN DE LA IGLESIA Y DE TODO EL MUNDO.
CON SU GRATITUD QUIEREN EXPRESAR EL AGRADECIMIENTO DE TODA LA IGLESIA POR SU INCANSABLE TRABAJO EN LA VIÑA DEL SEÑOR.
LOS MIEMBROS DEL COLEGIO CARDENALICIO CONFÍAN EN SUS ORACIONES POR ELLOS Y POR TODA LA IGLESIA
+ ANGELO CARD. SODANO
DECANO DEL COLEGIO DE CARDENALES
VATICANO, 5 DE MARZO DE 2013

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Seminário reúne propostas para promoção do laicato

ComissaoLaicatoCCM
Terminou nesta sexta-feira, 26 de outubro, em Brasília (DF) o V Seminário da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB. O evento reuniu todos os Bispos Referenciais dos Leigos e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) dos Regionais da CNBB, além de representantes do Conselho Nacional dos Leigos, dos Movimentos e Novas Comunidades e da Ampliada das CEBs.

A primeira parte do seminário foi dedicada a um estudo sobre a fundamentação histórica do laicato. Para esta etapa, o padre Antônio José de Almeida, da diocese de Apuracana (PR) apresentou um histórico sobre o laicato, a partir do documento Apostolicam Actuositatem, do Concílio Vaticano II. Durante a exposição, padre Almeida também provocou os presentes sobre diversos aspectos da realidade do leigo na Igreja.

“Houve, também, uma troca de ideias e nos sentimos desafiados a fazer esta reflexão também junto ao laicato, sobre o papel e o lugar do leigo na Igreja”, declarou dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato. Para ele, é preciso ver o leigo como um sujeito da evangelização.

O bispo relata que o estudo fomentou o debate sobre como fazer a mobilização do laicato no contexto da celebração dos 50 anos do Concílio. “Nós temos algumas propostas, que serão apresentadas ao Conselho Permanente da CNBB, e vamos debater com os bispos das comissões e regionais sobre como aquecer a fé, a esperança, a ação missionária, a presença dos leigos na Igreja e no mundo”.

O desejo da Comissão é que o leigo seja o tema central da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em 2014. “Também sonhamos com a proclamação de um Ano do Laicato, e promover um grande encontro dos organismos do Povo de Deus. Queremos fazer uma mobilização nacional, e mostrar a força do laicato”, revela dom Severino.

Outro aspecto destacado durante a reflexão do seminário foi o papel do bispo referencial na animação do laicato em cada Regional. “Ele deve ser uma presença ativa, especialmente nos momentos de planejamento e execução das atividades, inclusive formando lideranças leigas para continuar essa presença pastoral”, conta do Severino, satisfeito com o evento. “Estou muito contente com a presença de todos. Vale a pena nos reunirmos e tirar o tempo, que é tão curto em nossas dioceses, para conversarmos sobre esta dimensão”
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CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO



“A Campanha para a Evangelização procura despertar em todos os cristãos a consciência de que, unidos a Cristo pela graça batismal, participam da missão evangelizadora da Igreja. Este trabalho de conscientização procura motivar todos os fiéis para a participação ativa na missão evangelizadora da Igreja através de três caminhos: o testemunho, as ações pastorais específicas e a garantia de recursos materiais para o trabalho evangelizador” (Do texto-base da Campanha para Evangelização 2012, pág. 11).
O lema da Campanha é “Eu vi e dou testemunho: Ele é o Filho de Deus” (Jo 1,34).
“Toda a Igreja deve animar a Campanha da Evangelização no sentido de despertar a corresponsabilidade de todos para a obra evangelizadora, de modo que as suas necessidades sejam assumidas solidariamente por todos os que pertencem à Igreja Católica” (Do texto-base da Campanha para Evangelização 2012, pág. 19)
Na Arquidiocese de Fortaleza a Equipe Arquidiocesana de Animação das Campanhas juntamente com o COMIDI realizará encontro de Formação sobre a Campanha da Evangelização:
Dia 3 de novembro, sábado, das 8 às 16 horas,
no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja,
entrada pela Rua Rodrigues Júnior, 300.
A equipe convida dois (2) representantes de cada Paróquia ou Área Pastoral, de cada coordenação arquidiocesana das pastorais e movimentos, para participarem desse encontro.
Solicita, outrossim, a confirmação dos participantes pelos telefones 3388 8701 e 3388 8723, com Hilda ou Rosélia, no Secretariado de Pastoral, até o dia 31 de outubro.
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Esta palavra é dura

Pe. Almir Magalhães

“Pensemos nos que abandonam a proposta de vida apresentada por Jesus mas continuam em seu seio, atenuando a referida proposta”.
Iniciando o mês de setembro, para nós cristãos católicos considerado como o mês da Bíblia, nada melhor do que uma contribuição neste sentido.
O título desta reflexão não se reduz apenas ao contexto do capítulo seis do Evangelho de São João e em especial aos versículos 60-69. O olhar, baseado no questionamento de Jesus, deve se voltar para toda a sua mensagem transmitida e testemunhada, portadora de sentido e felicidade para a vida, mas exigente, que requer renúncias as mais diversas.
Nem sempre estamos dispostos a assumi-las, seja pela mentalidade de comodismo da sociedade atual que nos atinge, seja pela forma light de entendermos a religião hoje em dia, reduzida hegemonicamente à dimensão terapêutica e fundamentada na teologia da prosperidade e de matriz neopentecostal.
Retomando o texto objeto desta reflexão, o que se percebe? Como à época a comunidade cristã era perseguida e discriminada, muitos discípulos buscavam outros caminhos e até se perguntavam: para ser cristão é preciso percorrer um caminho tão radical e de tanta exigência? Os interlocutores de Jesus percebem claramente que Jesus os tinha colocado diante de uma opção fundamental, mas não se identificaram com Ele, pois estavam instalados em seus esquemas. Preferem viver dentro de uma lógica das satisfações imediatas, não estão dispostos a renunciar a seus projetos e de realização humana, não estão dispostos a embarcar no caminho de Jesus, a arriscar e o abandonam.
Interessante! Estes discípulos estavam seguindo Jesus, mas talvez por razões consideradas erradas, como a glória, o poder, a riqueza fácil, a ambição, o êxito e no confronto da radicalidade do Evangelho consideram que “estas palavras são duras” e desistem de seguir Jesus.
Estas palavras põem claramente para os cristãos dos tempos atuais as opções que somos convidados e desafiados a fazer, ou seja, a conformar a própria vida com a lógica apresentada por Jesus em toda a sua vida e registrada nos Evangelhos ou edificar a vida a partir de uma outra lógica, muitas vezes marcada por sinais de morte.
A questão que se coloca é que continuam a fazer parte da comunidade cristã, participando da Eucaristia, comungando, presentes nos grandes eventos ofertados pela Igreja, mas com aquela separação já indicada pelo papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, n. 20, “a ruptura entre a fé e a vida é o drama de nossa época”.
Na sequência do texto, Jesus se volta para os Doze e pergunta: “E vós não quereis partir? Simão Pedro responde: Senhor a quem iríamos? Tu tens palavras de vida eterna” (vv. 67-68). Aceitam a proposta de Jesus e querem segui-lo. Representam os que querem arriscar na radicalidade do Evangelho.
A pergunta que fica: Será que a categoria daqueles que deserdaram é rara nos dias atuais? Não vamos pensar só naqueles que abandonam a Igreja. Eles podem apenas mudar de igreja. Pensemos nos que abandonam a proposta de vida apresentada por Jesus mas continuam em seu seio, atenuando a referida proposta, edificando a vida numa visão light da existência, adaptando a
Palavra de Deus de forma que ela sirva aos seus interesses, suavizando a Palavra de forma que ela não seja tão exigente, como ocorre no texto citado e acabam relativizando aquilo que incomoda.
Para concluir, vale a pena destacar duas indicações bíblicas que complementam esta reflexão: Gálatas 1,10 – “Quem quer agradar não pode ser discípulo de Jesus” -, e Hebreus, 2,1 – “Devemos levar mais a sério a Palavra recebida, se não quisermos perder o rumo”.
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Quinta-feira, 09 de agosto de 2012, 11h31

Dom Orani é escolhido presidente do Conselho de Comunicação Social

Da Redação, com Jovens Conectados

Agência Senado
Mesquita, Dom Orani, Sarney e Maia
Tomaram posse nessa quarta-feira, 8, em solenidade na Presidência do Senado, os 13 novos integrantes do Conselho de Comunicação Social. Na cerimônia, também foi escolhido Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, como presidente do colegiado. O diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secs) do Senado, Fernando César Mesquita, foi eleito vice-presidente.

As duas escolhas se deram por aclamação, entre os membros representantes da sociedade civil, como previsto no regimento interno do conselho.

Dom Orani, que foi responsável pela área de comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), assumiu o cargo pregando união e agradecendo a confiança dos outros membros do conselho. O bispo ressaltou a importância da comunicação no mundo atual, como fator de transformação social, e disse que a primeira reunião do conselho vai tratar de projetos relacionados à comunicação em tramitação no Congresso Nacional.

"Tenho certeza de que vamos fazer o melhor, com o objetivo de contribuir para o bem do nosso país", afirmou.

Na cerimônia, o presidente do Senado, José Sarney, destacou que o Conselho de Comunicação tem uma responsabilidade muito grande. Ele explicou que o conselho é um órgão auxiliar do Congresso Nacional e se destina a acompanhar as atividades de comunicação de interesse do país. Estudos, pareceres e recomendações estão entre os trabalhos do conselho, que deve atuar em defesa da pessoa e da família, e em assuntos que tratam de concessões, monopólios, propaganda, promoção da cultura e da produção regional, entre outros.

Sarney também elogiou os novos integrantes: "São cidadãos de alto nível, capazes de atuar com responsabilidade".

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), o conselho representa um avanço significativo no aparato da comunicação do Brasil. Na visão de Maia, a comunicação deve ser voltada para os interesses da sociedade brasileira. Ele disse que o conselho é uma ferramenta de apoio ao Congresso que pode dar uma contribuição decisiva em assuntos complexos, como a regulamentação da propaganda e as concessões públicas.

Marco Maia ainda elogiou a diversidade na composição dos membros do conselho. Segundo ele, o colegiado também é importante por reafirmar a importância da liberdade de expressão e por contribuir com o fortalecimento da democracia da comunicação no Brasil.

"O Parlamento e a liberdade de imprensa são essenciais para a democracia", afirmou.

A cerimônia de posse foi acompanhada por senadores, deputados, representantes de órgãos de imprensa e jornalistas.

O conselho

Composto por 13 titulares e 13 suplentes, o Conselho de Comunicação Social atua como órgão auxiliar do Congresso Nacional, conforme determina o artigo 224 da Constituição Federal. Sua atribuição é elaborar estudos, pareceres e recomendações, entre outras solicitações dos parlamentares, sobre temas relacionados à comunicação e liberdade de expressão.

Quando consultado, o conselho opina, por exemplo, sobre a propaganda de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias, além de diversões e espetáculos públicos. Também pode avaliar a programação das emissoras de rádio e televisão, a fim de assegurar suas finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, assim como a defesa da pessoa e da família.

O conselho atua ainda de forma a promover a cultura nacional e regional e estimular a produção independente e a regionalização da produção cultural, artística e jornalística.

Outros assuntos que passam pela observação do Conselho de Comunicação Social são a propriedade, monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social e a outorga e a renovação de concessão, permissão e autorização de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens.

Os integrantes do conselho são escolhidos entre representantes das empresas de comunicação (rádio, TV e imprensa escrita); um engenheiro com conhecimento de comunicação social; representantes de jornalistas, radialistas, artistas e profissionais de cinema e vídeo; e cinco representantes da sociedade civil. Os nomes são sugeridos pelas entidades representativas de cada setor à Mesa do Congresso Nacional.

Cada conselheiro tem mandato de dois anos, podendo ser reconduzido por uma vez. A atuação no conselho não é remunerada. Durante o mandato, porém, os integrantes ganham estabilidade em seus empregos. De acordo com o Regimento Comum do Congresso Nacional, o conselho deve se reunir, de forma ordinária, na primeira segunda-feira de cada mês. As despesas para seu funcionamento são custeadas pelo Senado Federal.


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Card. Hummes: "Igreja na Amazônia está viva, mas preocupada com falta de clero"

domClaudioHummesokCardeal dom Claudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Aamzônia, concede entrevista à Rádio Vaticano e reflete sobre o significado do encontro que se realiza esta semana no estado do Pará para celebrar e avaliar a caminhada da Igreja na região amazônica nos últimos 40 anos, inspirada pelo Documento de Santarém (1972).
A entrevista foi feita pela Rádio Vaticano.
“Estamos revisitando o célebre Documento de Santarém, de 40 anos atrás, um documento muito interessante na época, justamente depois de Medellín e do Concílio Vaticano II. No Documento, foi a primeira vez que se falou no Brasil de prioridades pastorais, de inculturação, de pastoral indígena, das comunidades eclesiais de base, que na época se chamavam comunidades cristãs de base. Enfim, o documento foi muito interessante na época, e agora está sendo revisitado.
Vemos que a Igreja aqui está muito viva, mas ao mesmo tempo, preocupada com a falta de padres, com a falta de condições de formar padres. Faltam recursos econômicos, porque hoje é muito caro formar um padre. Por outro lado, há uma grande vontade de formar o clero autóctone, de indígenas, com todos os desafios que isto comporta”.

****************************************************************************POR QUE O CELIBATO DO SACERDOTE? 

Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê Nele o Modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.” (Mateus 19,12)
Nisto Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O  sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que desde o ano 306, no Concilio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, ate´ que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.
É preciso dizer que a Igreja não impõe a celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente, e com alegria, por aqueles que têm essa vocação especial de entregar-se totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que Deus concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.
No inicio do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que S. Paulo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isto, o padre hoje obrigado a casar-se? Não. O Apóstolo tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso cujos membros se converteram em idade adulta, com muitos já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato,  escrevia aos fiéis de Corinto (1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem”. (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. O Apóstolo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos…). E Paulo enfatiza:
“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a  virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.
O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal, “Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Papa:
“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo… é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (…) Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices  meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade.”(n.24)  O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse:   “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto… “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa”. (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed.  Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974)
Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!
O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teria? Certamente não todos que talvez desejasse. Teria certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?
Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contra-testemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado?  Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?
Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.



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Dom José Luiz Ferreira Salles, despedida na catedral metropolitana de Fortaleza. 5 de abril, quinta – Feira Santa, Missa da Unidade e Bênção dos Santos Óleos. Leia íntegra da carta:
Trancar o dedo numa porta dói… Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade.
Parafraseando Drumont de Andrade digo que “SAUDADE É AQUILO QUE FICA DE QUEM NÃO FICOU”…
“Quem parte leva saudades de alguém”… Assim diz a música… Na verdade quem parte leva muito mais que saudades… Leva e deixa o coração, uma vida… Tenham certeza, desses anos na Arquidiocese de Fortaleza, levo muito mais que saudades!…
Levo a fé de um povo que se reúne aos milhares para caminhar com Maria… Que logo de madrugada todo dia 13, estão aos pés da Virgem de Fátima, para apresentar sua ação de graças e fazer seus pedidos.
Levo a Vida Religiosa sempre com os olhos fixos no Senhor procurando em meio a crises e desafios lançar as redes em águas mais profundas.
Em meu coração vão todos os agentes das Pastorais Sociais que movidos por um amor solidário lutam pela causa dos pequenos.
Vão comigo os padres que me acolheram sempre com carinho e amizade. Muito obrigado a cada um.
E da nossa querida juventude? Carrego a teimosia, a vibração, os sonhos de ir ao encontro das complexas realidades juvenis em nossa Arquidiocese. Coragem! Sigam em frente.
Ainda há espaço para levar muita gente que esteve ao meu lado cuidando da alimentação, roupa, transporte, saúde… que me acolheu em suas casas para um baião de dois!… que me ofereceu uma rede para um cochilo depois do almoço nas longas jornadas das visitas missionárias… Ou um dia de descanso comendo um peixinho na beira da praia!…
Não posso esquecer que levo também presentes valiosos que ganhei nesses anos de convivência com meus irmãos bispos: D. Edmilson e sua juventude persistente, incansável na luta pela justiça! D. Adalberto, sempre com seu bom humor. D. Rosalvo, que nem bem chegou já vai ganhando o coração de todos nós com sua simplicidade e piedade. D. José Antonio, que me ordenou bispo e com quem aprendi a amar mais ainda a Igreja, aprendi, pela sua confiança em Deus, a paciência nos momentos difíceis. Obrigado D. José! Aprendi muito nesses anos de convivência. Conte com minhas orações.
Em um coração missionário sempre cabe mais um. Cabe você que é seminarista!… Levo comigo cada um e continuo rezando para que Deus lhe dê a graça da perseverança.
Enfim, meus irmãos e irmãs, quem parte pode ficar mais pobre. Eu fico mais rico, por ter convivido com vocês e poder levar comigo tantas experiências que me fizeram crescer. Não estou mudando de casa, mas de quarto… A casa e a Igreja sempre discípula missionária.
Rezem por mim para que eu possa continuar minha missão como pastor junto ao rebanho do Senhor na terra da renascença do doce e do povo Xukuru do Ororubá.
Obrigado de coração, por tanto amor e carinho para com este servidor! Hoje me despeço de todos já com uma saudade danada!… Saudade, aquele sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos – Bob Marley. Ficamos todos com saudade, mas com uma certeza: ficamos todos com Deus!
MUITO OBRIGADO!

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Mudança em Cuba e no mundo só acontecerá pelo amor, enfatiza Papa

“Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”, afirmou o Papa Bento XVI durante sua homilia na Missa celebrada na Praça da Revolução em Havana, Cuba, na manhã desta quarta-feira, 28.

Aos mais de 300 mil fiéis cubanos presentes, que o receberam com o canto “Tu és Petrus”, Bento XVI disse que, ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que torna os homens livres.

“Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. Nele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime”, disse.

Liberdade religiosa

O Papa salientou ainda que a Igreja vive para partilhar com os outros a única coisa que possui: o próprio Cristo, esperança da glória (cf. Col 1, 27).

“Para realizar esta tarefa, é essencial que ela possa contar com a liberdade religiosa. Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar e publicar abertamente a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana”, reforçou.

Para o Pontífice, o direito à liberdade religiosa, tanto na sua dimensão individual como comunitária, manifesta a unidade da pessoa humana, que é simultaneamente cidadão e crente, e legitima também que os fiéis prestem a sua contribuição para a construção da sociedade.

“O seu reforço consolida a convivência, alimenta a esperança de um mundo melhor, cria condições favoráveis para a paz e o desenvolvimento harmonioso, e ao mesmo tempo estabelece bases firmes para garantir os direitos das gerações futuras”, destacou.

Bento XVI enfatiza que quando a Igreja põe em relevo o direito à liberdade religiosa, não está a reivindicar qualquer privilégio, pretende apenas ser fiel ao mandato de Jesus, consciente de que, onde se torna presente Cristo, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência.

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NENHUMA RELIGIÃO FOI TÃO PERSEGUIDA QUANTO O CRISTIANISMO...

Em intervenção feita recentemente durante inauguração da 5ª Jornada Católica e Vida pública, em Sevilha, na Espanha, o arcebispo local, Dom Juan José Asenjo, comentou a respeito dos milhões de cristãos que padecem em todo o mundo em razão da intolerância religiosa.

Segundo o prelado, a cada cinco minutos se assassina um cristão no mundo por causa de sua fé e a cada ano, 105 mil são condenados ao martírio. Trata-se de "um verdadeiro holocausto de que ninguém fala", declarou. Dom Juan José Asenjo destacou que a situação dos cristãos tem piorado na mundo inteiro, mas especialmente nas regiões onde o fundamentalismo islâmico tem ganho força.
A respeito da Europa e, particularmente, da Espanha, Dom Asenjo declarou que não há situações de intolerância religiosa como aquelas vistas em outros países. Contudo, segundo ele, há limitações desta ordem bem mais obscuras. Como exemplo, o bispo citou o caso da retirada de símbolos religiosos em escolas, hospitais, e lugares públicos.
Tal fato é "uma contradição em uma sociedade que quer ser mais aberta, plural e tolerante, mas a tolerância não se constrói sobre a prévia aniquilação dos símbolos da fé, mas sobre sua respeitosa aceitação como expressão das crenças e da fé religiosa que deu vida e sentido à historia de nossas comunidades e nosso povo".
Como exemplo da intolerância religiosa na Espanha, Dom Asenjo também se referiu à "violação da liberdade religiosa" suposta pela assinatura Educação para a Cidadania, ou a recente decisão do Governo basco de proibir a emissão de uns spots publicitário na televisão autônoma, nos quais se anima os pais a inscrever para seus filhos em aulas de religião.
Para o arcebispo de Sevilha estas iniciativas têm raízes históricas que se condensam em "um ódio ao cristianismo e a Igreja, mais além do que pretextos possíveis e mais ou menos inverossímeis que os historiadores acrescentaram para justificar estas condutas".
Por fim, fazendo sua defesa final, Dom Asenjo afirmou que fora o cristianismo nenhuma outra forma religiosa foi tão perseguida "com a sanha e o rancor com que tem sido perseguido o cristianismo ao longo de 20 séculos em todas as latitudes geográfica".
As 5º Jornadas Católicas e Vida pública foram realizadas entre 17 e 19 de fevereiro sob o lema geral "Liberdade religiosa e vida pública".

A IGREJA É VIVA!!!!


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Lançada campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Fortaleza


O arcebispo metropolitano de Fortaleza, dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, lançou na manha de hoje, 23 de fevereiro de 2012, no auditório do Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja a Campanha da Fraternidade 2012 – “Fraternidade e Saúde Pública”. Dois momentos marcaram o lançamento da CF 2012 em Fortaleza, o primeiro aconteceu ontem, quarta-feira 22, na Catedral Metropolitana, com a celebração eucarística, presidida por Dom José Antonio Tosi Marques. E o de hoje, 23, foi realizada uma entrevista coletiva com a presença de autoridades ligadas à área da saúde, como: a professora Dra. Raquel Rigotto, do curso de medicina da Universidade Federal do Ceará; Dr. Oscar Bittercourt Lins Neto, médico e diácono permanente da Arquidiocese de Fortaleza; padre Francisco Gomes da Silva, Camiliano e diretor do Hospital Cura D’Ars; o Secretário de Saúde do estado, Raimundo José Arruda Bastos e a Dra. Lídia Dias, coordenadora da atenção básica da PMF – Secretária Municipal de Saúde.
Dom José Antonio abriu a Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Fortaleza com a leitura da mensagem do Papa Bento XVI ao presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno Assis: “Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha, invocando pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, para todos, mas de modo especial, para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento”, escreveu o papa.
A Campanha da Fraternidade é promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em âmbito nacional, durante a quaresma. Essa feliz iniciativa vem mobilizando, a cada ano, toda a Igreja Católica e a sociedade civil em favor da vida digna, justiça social, fraternidade e paz para todos os brasileiros. “A Fraternidade e Saúde Pública” é o tema da Campanha da Fraternidade escolhido pela CNBB para 2012. O tema não é só de interesse para os fiéis católicos, mas para toda a sociedade, independente de raça, cor ou religião, pois trata de um grito e um pedido: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf Eclo 38, 8). O objetivo geral da CF- 2012 é “refletir a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (n. 6).
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012
A primeira grande contribuição da Campanha da Fraternidade e, por isso, de toda a Igreja, é o fato de colocar o próprio tema Saúde Pública em debate, trazendo para o cotidiano das comunidades eclesiais, paróquias, comunidades, pastorais, movimentos e sociedade, contribuindo numa profunda reflexão com estudos, debates e conhecimento do da situação do Sistema da Saúde Pública do Brasil (SUS), à luz da palavra de Deus, provendo contribuições como: o conhecimento maior dos direitos e deveres dos cidadãos brasileiros no que diz respeito à saúde, em todos os aspectos; o fortalecimento das pastorais que cuidam da saúde e da vida em geral: pastoral da saúde, da criança e adolescente, pessoa idosa, HIV, dependentes químicos; a divulgação/conhecimento do SUS, como sistema de saúde público federal, criado para atender às necessidades do povo brasileiro, no amplo cuidado da saúde: tanto preventiva quanto de tratamento de doenças; o fortalecimento dos canais de participação efetiva da sociedade e de suas entidades representativas na formulação, implantação e controle das políticas públicas de saúde. Os Conselhos de Saúde, em suas diversas instâncias, constituem espaços privilegiados para o alcance deste objetivo; o atendimento mais humanizado, acolhedor e digno a todo cidadão em qualquer unidade de saúde; a garantia e valorização de métodos e princípios de uma educação de qualidade e acessível, fazendo com que a promoção da saúde seja prioridade nas políticas públicas de saúde, para a população em geral; e a Valorização dos profissionais da saúde.
Contato: Marta Andrade, coordenadora do Setor de Comunicação da Arquidiocese de Fortaleza, através dos telefones (85) 99216742, ou (85) 3388 8703; Rosélia Follmann ou Hilda Chavante: (85) 3388 8701.


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Papa prega na solenidade da Cátedra de Pedro e diz que Igreja não existe para si mesmo


papa3Bento XVI voltou a se encontrar, neste domingo, 19 de fevereiro, com os novos Cardeais criados no Consistório de ontem de manhã. Ele presidiu a eucaristia e dirigiu uma palavra aos novatos diante dos quase 100 outros membros do Colegio Cardinalício que vieram a Roma prestigiar o evento e atender o apelo do Santo Padre.

Na Basílica Patriarcal de São Pedro,  o cenário era composto por uma multidão de fiéis que lotou a nave central e, além dos cardeais, estavam também presentes cerca de 150 bispos e por volta de 200 padres. Na duas áreas reservadas para a imprensa, próximas do baldaquino estavam cerca de 80 jornalistas de Rádio e TV.  Forte esquema de segurança impedia o trânsito das pessoas pelas naves laterais e a execução das músicas litúrgicas pelo coro criava uma atmosfera especial.



Os novos Cardeais foram concelebrantes, portanto, ocuparam os mesmos lugares que estiveram no Consistório, isto é, diante do altar e sentados num semicírculo. Em nome do grupo, antes da liturgia, falou o Cardeal Fernando Filoni. O papa deixou o veículo que o conduzira desde a entrada da Basílica e se sentou diante do altar-mor que se encontro sobre o túmulo do Apóstolo Pedro. Em latim, ele presidiu a Eucaristia na solenidade da Cátedra de São Pedro. A primeira leitura, tirada do livro do profeta Ezequial foi lida em inglês. Retirada da primeira Carta de São Pedro, a segunda leitura foi feita em espanhol. O trecho do Evangelho de São Mateus foi proclamado em latim.



Na Homilia, o Papa lembrou que a ocasião “se reveste de um caráter especial de universalidade”. Antes de passar à meditação da Palavra proclamada, Bento XVI sublinhou que a mensagem  é dirigida “antes de mais nada” aos novos Cardeais que são reconhecidos no meio do Povo de Deus pelos méritos na “na obra generosa e sábia do ministério pastoral em dioceses relevantes, ou na direção dos dicastérios da Cúria Romana, ou ainda no serviço eclesial do estudo e do ensino”. O Papa reafirmou que a dignidade do cardinalado pretende manifestar o apreço pelo trabalho realizado por cada um de fiel servidor na vinha do Senhor e de “homenagear as comunidades e nações” que os Cardeais são representantes na Igreja. O título vem ainda, segundo o Papa, investir os Cardeais de novas e importantes responsabilidades eclesiais e é um pedido de “suplemento de disponibilidade para Cristo e para a comunidade cristã inteira”.



Bento XVI, enquanto meditava o trecho do evangelho, ressaltou o significado da festa litúrgica deste domingo, a cátedra de São Pedro, mostrando um elemento artístico muito conhecido e que estava diante dos olhos de todos os presentes na Basílica Vaticana: o altar da cátedra. “Quando depois de percorrer a grandiosa nave central e ultrapassar o transepto, se chega à abside, encontramo-nos perante um trono de bronze enorme, que parece suspenso em voo mas na realidade está sustentado por quatro estátuas de grandes Padres da Igreja do Oriente e do Ocidente. E na janela oval, por cima do trono, resplandece a glória do Espírito Santo, envolvida por um triunfo de anjos suspensos no ar”. Despois dessa descrição, o Papa pergunta: “Que nos diz este conjunto escultórico, nascido do gênio de Bernini?” e responde, com voz firme: “Representa uma visão da essência da Igreja e, no seio dela, do magistério petrino”.

Prosseguindo a reflexão, o Papa destacou: “a Igreja não existe para si mesma, não é o ponto de chegada, mas deve apontar para além de si, para o alto, acima de nós”. E, destacou: “A Igreja é o lugar onde Deus ‘chega’ a nós e donde nós ‘partimos’ para Ele”. No final da homilia, concluindo a exposição dos símbolos do altar da Cátedra na Basílica de São Pedro, Bento XVI disse: ‘lancemos um ohar ao seu conjunto. Vemos que é atravessado por um duplo movimento: de subida e de descida. A Cátedra aparece em grande destaque neste lugar, não só porque está aqui o túmulo de Pedro, mas também porque ela encaminha para o amor de Deus. Com efeito, a fé orienta-se para o amor. Uma fé egoísta seria uma fé não-verdadeira”. E na conclusão, o Papa disse: “Deus não é solidão, mas amor glorioso e feliz, irradiante e luminoso”.

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Papa confirma sete canonizações


Na manhã deste sábado, 18/02, Bento XVI preside na Basílica de São Pedro, no Vaticano, uma reunião pública com os cardeais chamada de “Consistório Ordinário”. Neste encontro, além da criação de 22 novos cardeais, o papa irá confirmar a canonização de seis beatos, de diferentes partes do mundo.

A lista dos que serão canonizados é a seguinte:
2 sacerdotes: James Berthieu, sacerdote professo da Companhia de Jesus, que nasceu na França em 1838, mas morreu como mártir em Madagascar em 1896; eGiovanni Battista Piamarta, sacerdote que fundadou a Congregação Família de Nazaré e humildes servos do Senhor. Italiano que viveu entre 1841 e 1913, ficou conhecido como “o pai dos trabalhadores”.
2 religiosas: Maria do Monte Carmelo, virgem fundadora da Congregação Missionária do Ensino Irmãs Concepcionistas; e Mary Anne Cope, religiosa professa da Congregação das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco de Syracuse (Nova York);
3 leigos: Pedro Calungsod, que viveu no século XVII, falecido aos 17 anos nas Filipinas, onde era sacristão e catequista. Sofreu o martírio junto com outro beato, Diego de San Luis Vitores. Catherine Tekakwitha, que foi a primeira nativa norte-americana beatificada, e que agora será canonizada; eAnna Schäffer, alemã que viveu na virada do século XIX para o XX e que se destacou por sua fé na vontade de Deus, apesar de seu estado de doença que a deixou na cama por 25 anos.
A cerimônia de confirmação da canonização será realizada na Basílica Vaticana após a liturgia de criação dos 22 novos cardeais da Igreja Católica. Entre eles, está o arcebispo emérito de Brasília e atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Religiosa e Sociedade de Vida Consagrada, o brasileiro dom João Braz de Aviz.

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA BENTO XVI
PARA A QUARESMA DE 2012
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras» (
Heb 10, 24)
 
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito, este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «oamor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje se é muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de considerá-la na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e onipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011
BENEDICTUS PP. XVI


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Escolhido novo Núncio Apostólico do Brasil

A Nunciatura Apostólica acaba de informar que o papa Bento XVI escolheu o novo Núncio Apostólico para o Brasil, sucedendo a dom Lorenzo Baldisseri. Trata-se do atual núncio da Tailândia e Camboja e Delegado Apostólico em Myanmar e Laos, dom Giovanni D’Aniello.
Dom Giovanni tem 57 anos, nasceu em Aversa (Itália), foi ordenado sacerdote em dezembro de 1978. É doutor em Direito Canônico. Ingressou no Serviço Diplomático da Santa Sé em 1983, tendo desempenhado a sua atividade junto às Representações Pontifícias do Burundi, Tailândia, Líbano, Brasil e Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, no Vaticano.
Foi nomeado Núncio Apostólico na República Democrática do Congo, em 2001, e em 2010, foi transferido para a Tailândia e Camboja.
Dom Lorenzo Baldisseri, que foi nomeado secretário para a Congregação para os Bispos, no Vaticano, escreveu uma nota em que agradece ao povo brasileiro, e em especial, aos bispos do Brasil por sua acolhida. “Ao concluir minha missão de Núncio Apostólico no Brasil, confio a estas linhas as expressões dos meus sentimentos de gratidão a todo o episcopado, ao clero e aos fiéis que me acompanharam durante estes nove anos aqui transcorridos, e por me terem facilitado o cumprimento do meu mandato”, disse dom Lorenzo.

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TRABALHO ESCRAVO AINDA PRESENTE NO BRASIL
Sábado, dia 28, o Brasil comemorou o Dia de Combate ao Trabalho Escravo,
 data que recorda o assassinato de quatro funcionários do Ministério do
 Trabalho, quando, em 2004, apuravam denúncia de trabalho escravo na zona
 rural de Unaí (MG).

A data foi oficializada em 2009, no entanto, essa luta é mais antiga.
Desde o início da década de ‘70, a Igreja no Brasil, com Dom Pedro Casaldaliga, 
e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), tem denunciado a utilização
 do trabalho escravo na abertura das novas fronteiras agrícolas do país.

A CPT foi pioneira no combate ao trabalho escravo e levou a denúncia
 até a Organização das Nações Unidas (ONU), o que permitiu que o
 Governo fosse, de certa forma, réu, em um processo sobre a existência
 de trabalho escravo. Com isso, o Estado se comprometeu em criar uma
 estrutura de combate a esse crime em território brasileiro.

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade,
 Justiça e da Paz, Padre Ari Antônio dos Reis, conta que em 2009,
 houve uma reunião de entidades da sociedade civil, governamentais
 e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde se
 discutiram mecanismos para potencializar o combate e a prevenção
 do trabalho escravo, traçando estratégias de inclusão social, em condições
 de trabalho dignas, dos trabalhadores vitimados.

Publicada em 1967, a Carta encíclica ‘Populorum progressio’
 do Papa Paulo VI sobre o desenvolvimento dos povos traz a seguinte definição 
de trabalho:

Deus, que dotou o homem de inteligência, de imaginação e de 
sensibilidade, deu-lhe assim o meio para completar, de certo modo,
 a sua obra: ou seja artista ou artífice, empreendedor, operário ou
 camponês, todo o trabalhador é um criador. Debruçado sobre 
uma matéria que lhe resiste, o trabalhador imprime-lhe o seu cunho
, enquanto para si adquire tenacidade, engenho e espírito de invenção.
 Mais ainda, vivido em comum, na esperança, no sofrimento, na aspiração
 e na alegria partilhada, o trabalho une as vontades, aproxima 
os espíritos e solda os corações: realizando-o, os homens descobrem que são irmãos”.

Para o atual representante do Vaticano na Organização
 Internacional do Trabalho (OIT), arcebispo Silvano Tomasi, 
a ideia de trabalho digno leva a pensar nas pessoas não 
suficientemente qualificadas para acompanhar o “trem da globalização”: 
dezenas de milhões de imigrantes sem documentos que trabalham 
na agricultura, nas fábricas, no serviço doméstico; 
mulheres da indústria têxtil, que trabalham em 
condições insalubres por míseros salários; trabalhadores
etiquetados pela raça, casta ou credo, relegados a trabalhos marginais da sociedade”.

Já de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
condições precárias como falta de alojamento, água potável e sanitários,
 a condição de muitos trabalhadores de assumir dívidas crescentes e
 intermináveis definem a situação de “trabalho escravo”.

No Brasil, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
 438 é considerada um dos projetos mais importantes de combate
 à escravidão, tanto pelo forte instrumento de repressão que pode criar,
 como pelo seu simbolismo, pois revigora a importância da
função social da terra, já prevista na Constituição.

Entretanto, persistem alguns desafios para o Estado,
 a Igreja e a sociedade civil, voltados na perspectiva de enfrentamento
 e superação desta situação. Destacam-se a fiscalização eficiente,
 a mobilização social contra esta prática, a reforma agrária,
 superação da miséria. A impunidade, ainda constante, precisa ser combatida.

Outra organização internacional é o Conselho Econômico e Social,
 com sede em Nova Iorque. Lá, o arcebispo Celestino Migliore,
 em nome da Santa Sé, defende que uma boa sociedade
 é aquela na qual todos se beneficiam do bem comum e
 ninguém é deixado de fora do interesse comum.
 Políticas econômicas que ajudam as pessoas trabalhadoras
 de baixa renda a viver dignamente, ter vidas dignas, deveria
 ser uma prioridade de qualquer boa sociedade digna do nome.

Todos estes aspectos são essenciais na resposta às necessidades
 das pessoas que buscam um emprego digno e oportunidades
 para saírem da pobreza e evitarem a marginalização, a exploração
 e a desintegração social.

Voltando à Encíclica Populorum Progressio, 
o trabalho só é humano na medida em que permanecer inteligente e livre”.


POR: radio vaticano

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O desabamento de três edifícios na avenida Treze de Maio, no centro da cidade do Rio de Janeiro provoca comoção em todo o país. Até a manhã desta sexta-feira, sete corpos foram localizados pelos bombeiros, que trabalham incessantemente no local. Vinte pessoas ainda estão desaparecidas. O governador do estado, Sérgio Cabral, decretou luto oficial de três dias.
O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, divulgou nota sobre a tragédia, que reproduzimos na íntegra:
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Nota do arcebispo sobre o desabamento no centro do Rio
Juntamente com toda a comunidade arquidiocesana, manifesto a minha solidariedade e o meu pesar a todas as pessoas e familiares vítimas no desabamento dos três prédios no Centro da cidade, ocorrido na noite de quarta-feira e que resultou em mortos e feridos.
Em espírito de unidade e solidariedade, conclamo a todos que rezem pelos falecidos, pelos feridos e pelas famílias atingidas por essa dor que também é de toda a cidade do Rio.

Confiantes na misericórdia de Deus, convido parentes, amigos e autoridades para a Missa de Sétimo Dia na intenção dos falecidos, a ser realizada no próximo dia 2 de fevereiro, quinta-feira, às 10 horas, na Catedral de São Sebastião, na Avenida República do Chile.
Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2012.
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro

Fique ligado - Jubileu 16