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Palavra do Pastor

Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

31 de dez. de 2012

Mensagem de Final de Ano da Pastoral Vocacional


Queridos irmãos e irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo,

Com a graça de Deus estamos finalizando mais um ano da História da nossa Salvação, mais um ano 


vocacional.

Certamente durante esses 366 dias de 2012 nós sorrimos e choramos, por diversos motivos, mas temos a 

consciência de que, em tudo, fomos guiados pela luz do Santo Espírito, assim nós o tenhamos deixado.

Este ano de 2012 para nossa Pastoral Vocacional e para o nosso Seminário Propedêutico foi muito abençoado, e essa bênção de Deus veio por meio de cada um que colaborou com suas orações e com sua contribuição material. Aproveito para dizer um muito Obrigado a todos que ajudaram nosso Seminário Propedêutico e a Pastoral Vocacional. 


Deus, nosso Senhor, derrame com abundância a graça dele sobre cada um de vocês.

2013 está chegando, RENOVAMOS AQUI NOSSA PARCERIA PARA FAZER O REINO DE DEUS 

ACONTECER JÁ NESTA TERRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Deus abençoe a todos,

Pe. Rafhael.

No final do Ano de 2012, Papa fala às famílias, berço de todas as vocações.

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)
Domingo, 30 de dezembro de 2012

Palavras do Papa antes da oração mariana do Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro - Vaticano
Domingo, 30 de dezembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje é a festa da Sagrada Família de Nazaré. Na liturgia, a passagem do Evangelho de Lucas nos apresenta a Virgem Maria e São José que, fiéis à tradição, vão para Jerusalém para a Páscoa junto com Jesus aos 12 anos. A primeira vez em que Jesus entrou no Templo do Senhor foi 40 dias depois do seu nascimento, quando os seus pais ofereceram para ele “um par de rolas ou dois pombinhos” (Lc 2,24), isso é, o sacrifício dos pobres. “Lucas, cujo todo Evangelho é perpassado de uma teologia dos pobres e da pobreza, faz entender... que a família de Jesus foi contada entre os pobres de Israel; nos faz entender que propriamente entre eles podia amadurecer o cumprimento da promessa” (A infância de Jesus, 96). Jesus hoje está de novo no Templo, mas desta vez tem um papel diferente, que o envolve em primeira pessoa. Ele cumpre, com Maria e José, a peregrinação a Jerusalém segundo o que prescreve a Lei (cfr Es 23,17; 34,23ss), mesmo que ainda não tinha cumprido o 13º ano de idade: um sinal da profunda religiosidade da Sagrada Família. Quando, porém, os seus pais retornam para Nazaré, acontece algo inesperado: Ele, sem dizer nada, permanece na Cidade. Por três dias Maria e José o procuram e o encontram no Templo, em diálogo com os mestres da Lei (cfr Lc 2,46-47); e quando lhe pedem explicações, Jesus responde que não deviam se surpreender, porque aquele é o seu lugar, aquela é a sua casa, com o Pai, que é Deus (cfr A infância de Jesus, 143). “Ele – escreve Orígenes – professa estar no templo de seu Pai, aquele Pai que revelou a nós e do qual disse ser Filho” (Homilia sobre o Evangelho de Lucas, 18, 5).

A preocupação de Maria e José por Jesus é a mesma de cada pai que educa um filho, o introduz na vida e para a compreensão da realidade. Hoje, portanto, é necessária uma oração especial ao Senhor por todas as famílias do mundo. Imitando a Sagrada Família de Nazaré, os pais se preocupam seriamente com o crescimento e a educação dos próprios filhos, para que amadureçam como homens responsáveis e honestos cidadãos, sem esquecer nunca que a fé é um dom precioso para alimentar nos próprios filhos também com o exemplo pessoal. Ao mesmo tempo, rezamos para que cada criança seja acolhida como dom de Deus, seja sustentada pelo amor do pai e da mãe, para poder crescer como o Senhor Jesus “em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52). O amor, a fidelidade e a dedicação de Maria e José sejam exemplo para todos os casais cristãos, que não são os amigos ou os mestres da vida de seus filhos, mas os guardiões deste dom incomparável de Deus.

O silêncio de José, homem justo (cfr Mt 1,19), e o exemplo de Maria, que guardava cada coisa no seu coração (cfr Lc 2, 51) nos faça entrar no mistério pleno da fé e da humanidade da Sagrada Família. Desejo a todos as famílias cristãs viver na presença de Deus com o mesmo amor e a mesma alegria da família de Jesus, Maria e José.



18 de dez. de 2012


Discurso do Papa: Comitê Olímpico Nacional Italiano 

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)


DISCURSO

Audiência com uma Delegação do Comitê Olímpico Nacional Italiano
Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano
Segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Queridos amigos!

Tenho o prazer de acolher vossos dirigentes do Comitê Olímpico Nacional Italiano e, sobretudo, vossos atletas que representaram a Itália nas recentes Olimpíadas de Londres. Saúdo-vos com cordialidade, a começar pelo presidente do CONI, Doutor Giovani Petrucci, a quem agradeço pelas suas palavras, belas e convincentes, que dirigiu a mim em nome de todos. No verão passado, vocês participaram do maior evento esportivo internacional: os Jogos Olímpicos. Naquela etapa, vocês se depararam com outros atletas provenientes de quase todos os países do mundo.  Foram desafiados no campo das capacidades e habilidades técnicas, mas primeiro sobre aquele da qualidade humana, colocando em campo os vossos dotes e a vossa capacidade, adquiridas com o empenho e o rigor na preparação, no constante treinamento, na consciência de vossos limites. Longe dos holofotes vocês foram submetidos a uma dura disciplina e diversos de vocês viram então reconhecido o valor alcançado. Parece-me que em Londres conquistaram bem 28 medalhas, das quais oito de ouro! Mas a vocês atletas não foi pedido somente para competir e obter resultados. Cada atividade esportiva, seja em nível amador ou competitivo, requer a lealdade na competição, o respeito do próprio corpo, o sentido de solidariedade e de altruísmo e depois também a alegria, a satisfação e a festa. Tudo isso pressupõe um caminho de autêntica maturidade humana, feita de renúncia, de tenacidade, de paciência e, sobretudo, de humildade, que não vem aplaudida, mas que é o segredo da vitória.

Um esporte que queira ter um sentido pleno para quem o pratica deve estar sempre a serviço da pessoa. A aposta em jogo então não é só o respeito das regras, mas a visão do homem, do homem que faz esporte e que, ao mesmo tempo, tem necessidade de educação, de espiritualidade e de valores transcendentes. O esporte, de fato, é um bem educativo e cultural, capaz de revelar o homem a si mesmo e aproximá-lo para compreender o valor profundo da sua vida. O Concílio Ecumênico Vaticano II fala do esporte na Constituição Apostólica Gaudium et spes, no amplo quadro das relações entre a Igreja e o mundo contemporâneo, e o coloca no setor da cultura, isso é, no âmbito no qual se evidencia a capacidade interpretativa da vida, da pessoa e das relações. O Concílio espera que o esporte contribua para aguçar o espírito do homem, permita às pessoas enriquecerem-se com o recíproco conhecimento, ajude a manter o equilíbrio da personalidade, favoreça as fraternas relações entre os homens de todas as condições, de nações e raças diferentes (cfr n. 61). Em resumo, uma cultura do esporte fundada sobre o primado da pessoa humana; um esporte a serviço do homem e não o homem a serviço do esporte.

A Igreja se interessa pelo esporte, porque está no coração do homem, todo o homem, e reconhece que a atividade esportiva incide sobre a educação, sobre a formação da pessoa, sobre relações, sobre espiritualidade. Testemunha-o a presença de espaços lúdicos nos oratórios paroquiais e nos centros de juventude; demonstram-no as associações esportivas de inspiração cristã, que são ginásios de humanidade, lugares de encontro nos quais cultivar também aquele forte desejo de vida e de infinito que há nos adolescentes e nos jovens. O atleta que vive integralmente a própria experiência faz-se atento ao projeto de Deus sobre sua vida, aprende a escutar a voz nos longos tempos de treinamento, a reconhecê-lo na face do companheiro, e também do adversário! A experiência esportiva pode “contribuir a responder as perguntas profundas que colocam as novas gerações sobre o sentido da vida, a sua orientação e a sua meta” (João Paulo II, Discurso no Centro Esportivo Italiano, 26 de junho de 2004, 2), quando é vivida em plenitude; sabe educar aos valores humanos e ajuda a abertura ao transcendente. Penso então em vocês, queridos atletas, como uns campeões-testemunhas, com uma missão a cumprir: poderem ser, para quantos o admiram, bons modelos a imitar. Mas também vós, caros dirigentes, bem como os técnicos, os diversos operadores esportivos, são chamados a ser testemunhas de boa humanidade, cooperadores com as famílias e as instituições formadoras da educação dos jovens, mestres de uma prática esportiva que seja sempre leal e límpida. A pressão de conseguir resultados significativos não deve nunca levar a tomar atalhos, como acontece no caso do doping. O mesmo espírito de equipe seja de um incentivo para evitar esses impasses, mas também de apoio àqueles que reconhecem ter errado, de modo que se sintam acolhidos e ajudados.

Queridos amigos, neste Ano da Fé gostaria de salientar que a atividade esportiva pode educar a pessoa também para a “competição” espiritual, isso é, a viver cada dia procurando fazer vencer o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, o amor sobre o ódio, e isto antes de tudo em si mesmo. Pensando então no compromisso da nova evangelização, também o mundo do esporte pode ser considerado um moderno “Pátio dos Gentios”, isso é, uma oportunidade preciosa de encontro aberta a todos, crentes e não crentes, onde experimentar a alegria e também a luta para entender pessoas de diferentes  culturas, línguas e orientações religiosas.

Gostaria de concluir recordando a luminosa figura do Beato Pier Giorgio Frassati: um jovem que unia em si a paixão pelo esporte – amava especialmente a escalada na montanha – e a paixão por Deus. Convido-vos, caros atletas, a ler sua biografia:  o Beato Pier Giorgio nos mostra que ser cristãos significa amar a vida, amar a natureza, mas sobretudo o próximo, em particular as pessoas em dificuldade. Desejo também a cada um de vós experimentar a alegria maior: aquela de melhorar dia após dia, sendo capaz de amar sempre um pouco mais. Pedimos isto como presente ao Senhor Jesus para este Natal. Agradeço-vos por terem vindo e abençoo de coração todos vós e os vossos familiares. Obrigado.

17 de dez. de 2012

ESTÁGIO VOCACIONAL 2012/2013

Tem início hoje o Estágio Vocacional os candidatos ao Seminário Diocesano da Arquidiocese de Fortaleza para entrada no ano de 2013.

Serão 20 jovens, de várias Paróquias e comunidades de nossa Igreja Particular que farão uma semana de discernimento mais intenso e que são aguardados para entrar para o Seminário Propedêutico e iniciarem assim seu processo e formação rumo ao sacerdócio.

Durante toda a semana estaremos publicando notícias sobre o Estágio 2012/13.

13 de dez. de 2012


"A vida do homem conhecer e amar a Deus"
No objetivo do “Ano da Fé”, proposto pelo Papa Bento XXVI para toda a Igreja, está a renovação dos fundamentos da vida cristã nos que já a receberam e no anuncio renovado do Evangelho a toda a humanidade.
Como instrumento muito útil para este objetivo temos o Catecismo da Igreja Católica que apresenta em síntese os conteúdos da fé cristã a quem já crê e aos que a quiserem conhecer realmente.
Assim o ponto de partida de toda a apresentação da Fé feita pelo Catecismo da Igreja Católica está a realidade mesma da pessoa humana que, criada por Deus, tem como sua finalidade o conhecimento e o amor do mesmo Deus para a plena realização da vida humana.
É experiência humana universal a busca da realização pessoal e a própria felicidade. Esta abertura fundamental para sua própria fonte de vida é colocada na pessoa humana pelo próprio Criador. A vida de cada homem ou mulher que vem a este mundo não é fruto de um acaso cego e sem razão. Tem um porquê. E este é conhecido e proposto pelo próprio Criador. Seria imenso absurdo que o mistério imenso da vida e em particular da vida humana não tivesse finalidade alguma, quanto todas as invenções humanas têm seu propósito.
Nós mesmos, seres inteligentes e capazes, temos projetos e finalidades quando nos propomos tantas realizações em que expressamos sabedoria e criatividade. Seria menos inteligente e sem objetivos a criação do mesmo mundo, do universo em que vivemos e de nós mesmos?
A partir desta abertura humana é que se apresenta a proposta da comunicação divina com a humanidade e a realidade da Fé.
De sua experiência profundamente humana é que Santo Agostinho se expressa quando diz em suas “Confissões”,1: “És grande, Senhor e infinitamente digno de ser louvado; grande é teu poder, e incomensurável tua sabedoria. E o homem, pequena parte de tua criação quer louvar-te, e precisamente o homem que, revestido de sua mortalidade, traz em si o testemunho do pecado e a prova de que resistes aos soberbos. Todavia, o homem, partícula de tua criação, deseja louvar-te. Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso.”
E como poderá a pessoa humana se encontrar com Deus?
A pessoa humana material e sensível como poderá se comunicar com este Outro que é sua fonte de existência e razão de sua realização? Como poderia se o mesmo Criador não providenciasse esta comunicação e relacionamento recíproco? (Os fabricantes humanos apresentam juntamente com seus produtos os manuais de instrução para o reto uso dos mesmos. E como são importantes para que possam servir às suas finalidades sem o perigo de que se tornem inúteis ou se estraguem por uso incorreto!)
O mesmo Agostinho lembra que a primeira comunicação divina ao homem realiza-se na própria natureza. Ela é livro onde a inteligência humana encontrará as mensagens de Deus: no universo em sua imensidão e na própria pessoa humana em seu mistério.
Mas como interpretar os sinais da natureza sem se enganar com seu significado?
Deus mesmo se torna revelador na consciência e na história humana fazendo caminho de Fé – encontro de Deus com o homem e do homem com Deus.
Assim Deus se revela na História de um povo onde faz caminho para a humanidade inteira. Outro livro irá conter a comunicação divina em palavras – a Bíblia em seu Primeiro Testamento – testemunho da ação divina na história humana do povo hebreu e, por ele, de todas as nações.
Finalmente a revelação se torna comunicação de Deus aos homens na encarnação do Verbo (Filho Eterno do Deus Eterno) no homem Jesus de Nazaré. Sua vida, sua morte, sua ressurreição, sua obra testemunham de modo compreensível a revelação de Deus que se faz comunhão com a humanidade. E revelando-se Deus com rosto humano, revela e chama o Homem à vida mesma divina – Amor – Vida Eterna.
Assim inicia o Catecismo da Igreja Católica a proposta cristã da Fé. Esta se expressará no conteúdo da Vida de Amor, em sua Vivência na pessoa e na comunidade humana, nas suas relações com Deus.
Às pessoas de nosso tempo, tão ciosas de suas capacidades criativas, mergulhadas no que é material e sensível, é necessária a (re)descoberta de algo mais profundo em nossa existência, que vai muito além do que é palpável, grandioso nas realizações humanas, mas tão limitado e passageiro, ignorante de uma meta maior.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano

21 de nov. de 2012


Reencantamento da Vida Religiosa na Arquidiocese de Fortaleza



Religiosas e Religiosos da Vida Consagrada do Ceará reunir-se-ão no próximo sábado, 24 de novembro, a partir das 8h30min, no Seminário Seráfico dos Frades Capuchinhos, para o Reencantamento da Vida Religiosa, com uma Celebração Eucarística. 
O momento é organizado pela CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil no Regional Ceará.
O Seminário Seráfico fica na Avenida Frei Cirilo, 5545, Messejana, Fortaleza, Ceará. O telefone do Seminário Seráfico é 3283.2355 e o da CRB é 3253.2170.

20 de nov. de 2012


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a  Pastoral Vocacional
No artigo a seguir, o assessor da Comissão, padre Deusmar Jesus da Silva, apresenta um histórico da atuação da CNBB neste campo ao longo dos últimos 60 anos.
COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL
PARA OS MINISTÉRIOS ORDENADOS E A VIDA CONSAGRADA
Olhando os documentos da Igreja, percebemos que o planejamento pastoral foi sempre um valioso instrumento pedagógico que a CNBB encontrou para animar e articular a ação pastoral em nível nacional e regional a partir das Igrejas locais, garantindo, ao mesmo tempo, a presença da Igreja numa sociedade em profundo processo de transformação. A primeira experiência de planejamento pastoral nasceu em 1962 com o Plano de Emergência em pleno clima conciliar. Importante observar que o Plano de Emergência já apresentava uma preocupação vocacional, pois, entre as quatro áreas prioritárias apontadas por este documento para a atuação eclesial, a segunda área denomina-se: “Para uma renovação do Ministério Sacerdotal”.

De 1966 a 1970, a Igreja no Brasil trabalhou sob as orientações do Plano de Pastoral de Conjunto. Estas orientações foram prorrogadas em 1970 e atualizadas em 1975. O Plano de Pastoral de Conjunto inaugurou o esquema das seis linhas pastorais, a saber: Linha 1: Unidade Visível; linha 2: Educação da Fé; linha 3: Ação Missionária e evangelização em setores especiais da pastoral; linha 4: Liturgia; linha 5: Ação Ecumênica e diálogo religioso; e linha 6: Presença no mundo. O setor vocacional fazia parte da linha 1, também faziam parte desta linha, o setor estruturas da Igreja, setor vida religiosa, setor institutos seculares e novas formas de vida consagrada, o setor leigos e o setor juventude.

Na segunda metade da década de 1970, encontramos nos planos bienais dentro dos vários setores da linha 1, relacionados com as vocações e ministérios,  projetos que tratam sobre: conselhos presbiterais, atualização teológica, pastoral e espiritual dos presbíteros, atualização para Bispos, capacitação de animadores vocacionais, reflexão sobre pastoral vocacional, formação para o presbiterado, reflexão sobre a força evangelizadora da vida religiosa, vida contemplativa feminina, levantamento das novas formas de vida consagrada no mundo. No final da década de 70 e início de 80, percebemos nos projetos do setor vocações e ministérios, uma preocupação com o diálogo entre teólogos e bispos, a assimilação e aplicação de Puebla e Diretrizes Gerais da Ação Pastoral, as implicações que a opção preferencial pelos pobres traz à vida e ministério dos presbíteros, o ministério da coordenação, o ministério diaconal no Brasil e os ministérios novos nas bases populares.

No início da década de 1980, a Igreja propõe uma ação pastoral a partir das seis linhas com uma nova denominação, a saber: Linha 1: Dimensão comunitária e participativa; linha 2: Dimensão Missionária; linha 3: Dimensão Catequética; linha 4: Dimensão litúrgica; linha 5: Dimensão ecumênica e de diálogo religioso; linha 6: Dimensão profética e transformadora. Os setores: Vocação e Ministérios, Leigos e Estruturas da Igreja, fazem parte da linha 1.

São atividades permanentes do setor Vocações e Ministérios: 1) Incentivar e aprofundar a compreensão da vocação cristã a ser vivenciada nas várias vocações específicas; 2) Aprofundar o sentido e acompanhar a práxis dos ministérios exercidos pelos leigos; 3) Acompanhar a Comissão Nacional do Clero; 4) Acompanhar a Comissão Nacional dos Diáconos; 5) Colaborar com a Conferência dos Religiosos do Brasil e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares, no âmbito das respectivas conferências; 6) Apoiar os cursos para formadores de seminários e implementar juntamente com a  Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), encontro de formadores e outros eventos relacionados à formação nos seminários; 7) Promover a Pastoral Vocacional e acompanhar as atividades dos regionais no campo da promoção e formação vocacional; 8) Manter fraterno relacionamento com o setor Vocações e Ministérios do CELAM.

Ainda na década de 1980, o setor Vocações e Ministérios com a Comissão Nacional do Clero e as comissões regionais, promovem o primeiro Encontro Nacional de Presbíteros. Com a OSIB, são promovidos encontros com os formadores de seminários e com os bispos representantes do setor seminários nos regionais. O setor promoveu também encontros nacionais de Pastoral Vocacional, encontros de Bispos recém-ordenados, encontros nacionais das escolas diaconais, cursos de reciclagem para presbíteros diocesanos e cursos para bispos.

O setor para as Vocações e Ministérios, no início da década de 1990, assume como atividades permanentes, além das assumidas nos planos bienais da década anterior: 1º) integrar a Pastoral Vocacional no conjunto da Pastoral Orgânica, privilegiando as pastorais da Juventude, Catequese e Família, organismos (OSIB, CNC e CND), conferências (CRB e CNIS) e movimentos (SERRA); 2º) Apoiar o Conselho Nacional de Leigos no seu esforço de organização e formação; 3º) Ajudar a criar uma consciência sempre maior de um trabalho integrado entre Pastoral Vocacional, formação inicial e permanente dos presbíteros e diáconos, buscando mútuo diálogo entre organismos e conferências, tais como: OSIB, CNC, CND, CNL, CRB e CNIS. Também, no início da década de 1990 acontece o Sínodo dos Bispos sobre a formação presbiteral e à luz da exortação pós-sinodal Pastores Dabo Vobis. O setor Vocações e Ministérios empreendeu a atualização do documento 30 da CNBB, que culminou com a publicação das novas Diretrizes Básicas da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil (Doc. 55). Os Planos Bienais do final da década desta década mudam a nomenclatura referente à comissão dos presbíteros para Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP) e apresentam um projeto de elaboração das Diretrizes Básicas do Diaconado Permanente.

O Plano Bienal para os anos 2000 e 2001, apresenta como um dos objetivos da dimensão comunitária e participativa, aprimorar a formação de bispos, presbíteros, diáconos permanentes, leigos/as e de agentes específicos para que participem com mais eficácia da missão global da Igreja. Dentro do setor Vocações e Ministérios, acrescenta em suas atividades o contato permanente com a direção e o conselho de alunos do Colégio Pio Brasileiro e o acompanhamento e atenção aos Bispos Eméritos. Em 2003 acontece a primeira reunião ampliada do Setor Vocações e Ministérios com a participação da CND, CNP, OSIB e de representantes da CRB, CNIS e também do Conselho Nacional de Leigos (CNL).

A partir do 17º Plano Bienal (2004–2005), o Setor Vocações e Ministérios recebe uma nova denominação, a saber: Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. No 18º Plano Bienal (2006-2007) aparece também o termo Pastoral e, a partir de então, prevalecendo até hoje, a comissão é denominada: “Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada”. Desta comissão fazem parte a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) a Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), o Serviço de Animação Vocacional (SAV) / Pastoral Vocacional (PV), a Comissão Nacional dos Diáconos (CND) e os Bispos Novos e Eméritos.

Percebemos que, desde a fundação da CNBB, a preocupação com as vocações, ministérios e a vida consagrada esteve presente nos planos de pastoral e projetos da Igreja no Brasil. Foram muitos os Bispos, presbíteros, religiosos (as) e assessores que trabalharam no setor prestando este serviço de suma importância para a caminhada da Igreja. Sem diminuir a importância de todos os projetos e atividades de cada conferência ou organismo da comissão, para o quadriênio 2012 – 2015 queremos destacar: o Encontro Nacional para a Vida Monástica e Contemplativa, o Encontro de Bispos e Formadores sobre a experiência missionária com seminaristas, o Seminário nacional sobre a formação Sacerdotal, o Simpósio Vocacional, a rearticulação da Pastoral Vocacional no Brasil e o trabalho coordenado pela comissão para a criação da Comissão para os Bispos Eméritos.

Procurando dar continuidade ao trabalho de longos anos e articular melhor todas as forças vivas a serviço das vocações, ministérios e vida consagrada, a Comissão tem como eixo condutor: “A partir de Jesus Cristo, Verbo encarnado, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), comprometemo-nos a ser uma Igreja servidora, que nos chama a estar com Ele, formando e enviando em missão”.
Pe. Deusmar Jesus da Silva
Assessor da CMOVC

13 de nov. de 2012


Mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização (IV)
9. Que os jovens podem encontrar Cristo
Os jovens são particularmente querido para nós, porque eles, que são uma parte significativa da humanidade e da Igreja de hoje, são também o seu futuro. Com relação a eles, os bispos estão longe de ser pessimistas. Questionadores sim, mas não pessimistas. Estamos preocupados porque os ataques mais agressivos do nosso tempo acontecer a convergem precisamente sobre eles. Não somos, no entanto, pessimistas, acima de tudo, porque o que se move nas profundezas da história é o amor de Cristo, mas também porque sentimos nos jovens aspirações profundas de autenticidade, de verdade, de liberdade, de generosidade, e porque estamos convencidos de que a resposta adequada é Cristo.
Queremos apoiá-los em sua busca e nós encorajamos nossas comunidades para ouvir, dialogar e responder com audácia e sem reservas para a difícil situação da juventude. Queremos aproveitar de nossas comunidades, não para reprimir o poder de seu entusiasmo, mas para lutar por eles contra as falácias e empreendimentos egoístas dos poderes do mundo que, para sua própria vantagem, procuram dissipar as energias e perder a paixão do jovem, tirando-lhes a grata memória do passado e toda a visão profunda do futuro.
O mundo dos jovens é um campo exigente, mas também particularmente promissor da Nova Evangelização.
Isto é demonstrado por muitas experiências, daquelas que atraem muitos deles como as Jornadas Mundiais da Juventude, como as mais escondidas – mas, no entanto poderosas – como as diferentes experiências de serviço, espiritualidade e missão. Tem que ser  reconhecido o papel ativo dos jovens em primeiro lugar na evangelização do seu próprio mundo.
10. O Evangelho em diálogo com a cultura e experiência humana e com as religiões
A nova evangelização é centrada em Cristo e no cuidado para com a pessoa humana, a fim de dar vida a um encontro real com ele. No entanto, os seus horizontes são tão amplos quanto o mundo e além de qualquer experiência humana. Isso significa que ele cultiva cuidadosamente o diálogo com as culturas, confiante de que ele pode encontrar em cada uma delas as “sementes do Verbo” das quais os antigos Padres falaram. Em particular, a nova evangelização precisa de uma renovada aliança entre fé e razão. Estamos mais que convencidos que a fé tem a capacidade de acolher os frutos de um pensamento aberto à transcendência e a força para curar os limites e as contradições em que a razão pode cair. A fé não é fechar os olhos, nem mesmo diante das perguntas dolorosas resultantes da presença do mal na vida e na história, a fim de invocar a luz da esperança do mistério pascal de Cristo.
O encontro entre a fé e a razão também nutre o compromisso da comunidade cristã no campo da educação e da cultura. As instituições de formação e de pesquisa – escolas e universidades – ocupam um lugar especial no presente. Onde quer que a inteligência humana é desenvolvida e educada, a Igreja tem o prazer de trazer sua experiência e contribuição para a formação integral da pessoa. Neste contexto particular atenção deve ser reservada para as escolas católicas e para as universidades católicas, em que a abertura à transcendência que pertence a cada percurso autêntica cultural e educacional, deve ser cumprida em caminhos de encontro com o evento de Jesus Cristo e da sua Igreja. Que a gratidão dos Bispos chegue a todos os que, em condições difíceis, às vezes, estão envolvidos neste processo.
Evangelização exige que prestemos muita atenção ao mundo da comunicação social, especialmente os novos meios de comunicação, nos quais muitas vidas, dúvidas e expectativas convergem. É o lugar onde as consciências são formadas, em que as pessoas gastam seu tempo e vivem suas vidas. É uma nova oportunidade para tocar o coração humano.
Um campo particular do encontro entre fé e razão, hoje, é o diálogo com o conhecimento científico. Isso não é completamente longe da fé, uma vez que se manifesta o princípio espiritual que Deus colocou em suas criaturas. Ele nos permite ver as estruturas racionais em que se funda a criação. Quando a ciência e a tecnologia não presumem encarcerar humanidade e o mundo em um materialismo estéril, tornam-se um precioso aliado para tornar a vida mais humana. Nossos agradecimentos vão também para aqueles que estão envolvidos neste campo de conhecimento sensível.
Também queremos agradecer a homens e mulheres envolvidos em mais uma expressão do gênio humano, a arte em suas várias formas, desde as mais antigas as mais recentes. Reconhecemos as obras de arte como um modo particularmente significativo de expressar a espiritualidade na medida em que eles se esforçam para incorporar atração da humanidade de beleza. Somos gratos quando os artistas através de suas belas criações realçar a beleza do rosto de Deus e de suas criaturas. O caminho da beleza é um caminho particularmente eficaz da nova evangelização.
Além de obras de arte, toda a atividade humana chama a nossa atenção como uma oportunidade em que podemos cooperar na criação divina através do trabalho. Queremos lembrar ao mundo da economia e do trabalho de algumas questões decorrentes do Evangelho: para redimir o trabalho a partir das condições que muitas vezes tornam um fardo insuportável e um futuro incerto ameaçando pelo desemprego de jovens, de colocar a pessoa humana no centro de desenvolvimento econômico, de pensar esse desenvolvimento como uma ocasião para a humanidade a crescer em justiça e unidade. A humanidade transforma o mundo através do trabalho. No entanto, somos chamados a proteger a integridade da criação de um senso de responsabilidade para com as gerações futuras.
O Evangelho também ilumina o sofrimento causado pela doença. Os cristãos devem ajudar os que se sentir mal que a Igreja está perto de pessoas com a doença ou com deficiência. Os cristãos devem agradecer a todos que cuidar deles profissionalmente e humanamente.
Um campo em que a luz do Evangelho pode e deve brilhar para iluminar os passos da humanidade é a política. Política requer um compromisso de cuidado altruísta e sincero para o bem comum, respeitando plenamente a dignidade da pessoa humana desde a concepção até a morte natural, honrando a família fundada pelo casamento de um homem e uma mulher, e proteger a liberdade acadêmica; removendo as causas da injustiça, a desigualdade, a discriminação, a violência, o racismo, a fome e a guerra. Os cristãos são convidados a dar um testemunho claro do preceito da caridade no exercício da política.
Finalmente, a Igreja considera os seguidores de religiões como seus parceiros naturais no diálogo. Um é evangelizado, porque um está convencido da verdade de Cristo, não porque é um contra o outro. O Evangelho de Jesus é paz e alegria, e os seus discípulos são felizes em reconhecer o que é verdadeiro e bom que o espírito religioso da humanidade foi capaz de vislumbrar no mundo criado por Deus e que se expressou em várias religiões.
O diálogo entre os crentes das diversas religiões pretende ser uma contribuição para a paz. Ele rejeita qualquer fundamentalismo e denuncia toda a violência que tem vindo sobre crentes como graves violações dos direitos humanos. As Igrejas de todo o mundo estão unidas na oração e na fraternidade com os irmãos e irmãs que sofrem e questionam os responsáveis pelos destinos dos povos para salvaguardar o direito de todos à liberdade de escolher, professar e testemunhar a própria fé.

12 de nov. de 2012


ASSEMBLEIA DE PASTORAL VOCACIONAL 
CNBB REGIONAL NORDESTE I 

Aconteceu de 09 a 11 e novembro de 2012 mais uma Assembleia da Pastoral Vocacional e Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) do Regional Nordeste 1 da CNBB.

A Assembleia aconteceu na Praia de Mundaú - Trairi- Ce, Diocese de Itapipoca. Na abertura o Bispo Diocesano de Itapipoca e referencial para os Ministérios Ordenados e  Vida Consagrada no Regional, Dom Antonio Roberto presidiu a Celebração Eucarística.

Nos demais dias, Padre Pedro Gotardo, CM (Lazarista), ajudou na reflexão sobre a importância da Pastoral Vocacional e das Equipes Vocacionais Paroquiais.

No domingo as Dioceses do Ceará fizeram a partilha das experiências exitosas da PV/ SAV nas suas realidades e apontaram desafios e programas a serem realizados.


Mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização (III)

6. Aproveitando as novas oportunidades para a evangelização no mundo de hoje

Esta coragem serena também afeta a forma como olhamos para o mundo de hoje. Não somos intimidados pelas circunstâncias dos tempos em que vivemos. Nosso mundo está cheio de contradições e desafios, mas continua a ser a criação de Deus. O mundo está ferido pelo mal, mas Deus amá-lo ainda. É o campo em que a semeadura da Palavra pode ser renovado para que ele dê frutos mais uma vez. Não há espaço para pessimismo nas mentes e corações daqueles que sabem que o seu Senhor venceu a morte e que o seu Espírito trabalha com força na história. Abordamos este mundo com humildade, mas também com determinação. Isto vem da certeza de que no final a verdade triunfará. Nós queremos ouvir no mundo o chamado de Cristo ressuscitado para testemunhar a seu nome. Nossa Igreja está viva e enfrenta os desafios que a história traz consigo com a coragem da fé e do testemunho de muitos seus filhos e filhas.
Sabemos que temos de enfrentar neste mundo uma batalha contra os “principados” e “potestades”, “os maus espíritos” (Efésios 6,12). Nós não ignorar os problemas que tais desafios trazer, mas eles não nos assustam. Isto é verdade, sobretudo para os fenômenos da globalização que deve ser para nós a oportunidade de ampliar a presença do Evangelho. Apesar dos sofrimentos intensos dos imigrantes que acolhemos como irmãos e irmãs, as migrações foram e continuam a ser ocasiões para espalhar a fé e construir a comunhão em suas várias formas. Secularização -, bem como a crise que trouxe a dominação da política e do Estado – exige que a Igreja repense sua presença na sociedade, sem, no entanto renunciar a se mesma. As muitas e sempre novas formas da pobreza abrem novas oportunidades para o serviço de caridade: o anúncio do Evangelho compromete a Igreja a estar com os pobres para assumir os seus sofrimentos, como Jesus. Mesmo nas formas mais amargas do ateísmo e do agnosticismo, podemos reconhecer – embora em formas contraditórias – não um vazio, mas um desejo, uma expectativa que aguarda uma resposta adequada.
Em face às questões que as culturas predominantes representam para a fé e para a Igreja, renovamos a nossa confiança no Senhor, certos de que, mesmo nestes contextos, o Evangelho é portador de luz e capaz de curar toda a fraqueza humana. Não somos nós que estamos realizando a obra de evangelização, mas Deus, como o Papa nos lembrou: “A primeira palavra, a verdadeira iniciativa, a atividade verdadeira vem de Deus e apenas colocando-nos na iniciativa divina, apenas por implorando esta iniciativa divina, nós também seremos capazes de se tornar – com ele e nele – evangelizadores “(Bento XVI, Meditação durante a primeira Congregação geral da Assembleia Geral XIII Ordinária do Sínodo dos Bispos, Roma, 8 de outubro de 2012).
7. Evangelização, a vida da família e consagrados
Desde a primeira evangelização, a transmissão da fé de uma geração para a seguinte encontraram um lar natural na família onde as mulheres desempenham um papel muito especial, sem diminuir a figura e a responsabilidade do pai. No contexto dos cuidados que cada família prevê o crescimento de seus pequeninos, os bebês e as crianças são introduzidas para os sinais da fé, a comunicação das verdades primeiras, a educação na oração e no testemunho dos frutos do amor. Apesar da diversidade de suas situações geográficas, culturais e sociais, todos os Bispos do Sínodo reconfirmaram este papel essencial da família na transmissão da fé. A nova evangelização é impensável sem reconhecer a responsabilidade específica de anunciar o Evangelho para as famílias e para sustentá-los na sua tarefa de educação.
Nós não ignoramos o fato de que hoje a família, fundada no casamento de um homem e de uma mulher que os torna “uma só carne” (Mateus 19,6) aberta à vida, é assaltada por crises em todos os lugares. É cercada por modelos de vida que penalizam-na e é negligenciada pela política da sociedade de que é também a célula fundamental. Nem sempre é respeitada em seus ritmos e sustentada nas suas tarefas pelas comunidades eclesiais. É precisamente isso, no entanto, que nos impulsiona a dizer que temos de cuidar especialmente da família e de sua missão na sociedade e na Igreja, e desenvolver de caminhos específicos de acompanhamento antes e depois do matrimônio. Nós também queremos expressar a nossa gratidão aos muitos casais e famílias cristãs que, através do seu testemunho, mostram ao mundo uma experiência de comunhão e de serviço que é a semente de uma sociedade mais amorosa e pacífica.
Nossos pensamentos também foram para as muitas famílias e casais que vivendo juntos, não refletem a imagem de unidade e de amor ao longo da vida que o Senhor nos confiou. Há casais que vivem juntos sem o vínculo sacramental do matrimônio. Mais e mais famílias em situação irregular são estabelecidas após o fracasso de casamentos anteriores. Estas são situações dolorosas que afetam a educação dos filhos e filhas na fé. A todos eles queremos dizer que o amor de Deus não abandona ninguém, que a Igreja os ama, também, que a Igreja é uma casa que acolhe a todos, que eles permaneçam membros da Igreja, mesmo que eles não podem receber a absolvição sacramental e Eucaristia. Que nas nossas comunidades católicas sejam bem acolhidos todos os que vivem em tais situações e acolhidos aqueles que estão no caminho de conversão e reconciliação.
A vida em família é o primeiro lugar em que o Evangelho encontra a vida comum e demonstra sua capacidade de transformar as condições fundamentais da existência no horizonte do amor. Mas não menos importante para o testemunho da Igreja é mostrar como esta existência temporal tem um cumprimento que vai além da história humana e alcança a comunhão eterna com Deus. Jesus não se apresentar à mulher samaritana simplesmente como aquele que dá a vida, mas como aquele que dá “vida eterna” (João 4,14). Dom de Deus, que a fé torna presente, não é simplesmente a promessa de melhores condições neste mundo. É o anúncio de que o significado último da nossa vida está além deste mundo, em que a plena comunhão com Deus, que esperamos no final dos tempos.
Deste horizonte sobrenatural do sentido da existência humana, há testemunhas particulares na Igreja e no mundo nos que o Senhor chamou para a vida consagrada. Precisamente porque é totalmente consagrada a ele no exercício de pobreza, castidade e obediência, a vida consagrada é o sinal de um mundo futuro que relativiza tudo o que é bom neste mundo. Que a gratidão da Assembleia do Sínodo dos Bispos chegue a estes nossos irmãos e irmãs por sua fidelidade ao chamado do Senhor e pela contribuição que eles deram e dão para a missão da Igreja. Nós os exortamos a esperar em situações que são difíceis até mesmo para eles, nestes tempos de mudança. Convidamo-los a estabelecer-se como testemunhas e promotores da nova evangelização nos diversos campos em que o carisma de cada um de seus institutos os coloca.
8. A comunidade eclesial e muitos agentes de evangelização
Nenhuma pessoa ou grupo na Igreja tem direito exclusivo sobre a obra de evangelização. É o trabalho das comunidades eclesiais como tal, onde se tem acesso a todos os meios para encontrar Jesus: a Palavra, os sacramentos, a comunhão fraterna, serviço da caridade, da missão.
Nesta perspectiva, o papel da paróquia surge acima de tudo como a presença da Igreja, onde homens e mulheres vivem “a fonte da aldeia”, como João XXIII gostava de chamá-lo, a partir do qual todos podem beber, encontrando nela o frescor da o Evangelho. Ela não pode ser abandonada, mesmo que as mudanças podem exigir que seja feita de pequenas comunidades cristãs ou para criar vínculos de colaboração dentro de contextos maiores pastorais.
Exortamos nossas paróquias para se juntar às novas formas de missão exigidas pela nova evangelização para o cuidado pastoral tradicional do povo de Deus. Estes também devem permear as várias expressões importantes da piedade popular.
Na paróquia, o ministério do sacerdote – pai e pastor de seu povo – continua a ser crucial. Para todos os sacerdotes, os bispos desta Assembleia sinodal expressas agradecimentos e proximidade fraterna para sua difícil tarefa. Convidamo-los a fortalecer os laços do presbitério diocesano, para aprofundar a sua vida espiritual, e para uma formação contínua que lhes permite enfrentar as mudanças.
Ao lado dos sacerdotes, a presença de diáconos é de ser mantida, assim como a ação pastoral dos catequistas e de muitos outros ministros e animadores nos campos da proclamação, da catequese, da vida litúrgica, e do serviço de caridade. Devem ser promovidas também as diversas formas de participação e corresponsabilidade dos fiéis. Nós não podemos agradecer o suficiente nossos homens e mulheres leigos, pela sua dedicação nos diversos serviços nas suas comunidades. Pedimos a todos eles, também, para colocar a sua presença e seu serviço na Igreja, na perspectiva da nova evangelização, tendo o cuidado de sua formação humana e cristã, a sua compreensão da fé e da sua sensibilidade a fenômenos culturais contemporâneos.
Com relação aos leigos, uma palavra especial vai para as várias formas de associações de antigos e novos, em conjunto com os movimentos eclesiais e as novas comunidades: Todos são uma expressão da riqueza dos dons que o Espírito concede à Igreja. Agradecemos também a essas formas de vida e de compromisso na Igreja, exortando-os a serem fiéis ao seu carisma próprio e de sincera comunhão eclesial, especialmente no contexto concreto das Igrejas particulares.
Testemunhar o Evangelho não é privilégio de um ou de poucos. Nós reconhecemos com alegria a presença de muitos homens e mulheres que com suas vidas se tornam um sinal do Evangelho no meio do mundo. Nós também reconhecê-los em muitos de nossos irmãos e irmãs cristãos com quem, infelizmente, a unidade ainda não está completa, mas são, no entanto, marcados pelo Batismo do Senhor e  pela sua palavra. Nestes dias, foi uma experiência emocionante para nós ouvir as vozes de muitas autoridades das Igrejas e comunidades eclesiais que deram testemunho de sua sede de Cristo e sua dedicação ao anúncio do Evangelho. Eles, também, estão convencidos de que o mundo precisa de uma nova evangelização. Somos gratos ao Senhor por esta unidade na necessidade da missão.

9 de nov. de 2012


PASTORAL VOCACIONAL - CNBB REGIONAL NORDESTE I 

Hoje tem início mais uma Assembleia da Pastoral Vocacional e Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) do Regional Nordeste 1.

A Assembleia acontecerá na Praia de Mundaú - Trairi- Ce. (Diocese de Itapipoca).Teremos como motivador padre Pedro Gotardo, um sacerdotes Lazarista, com 30 anos de experiência na Pastoral Vocacional. Este rico momento terminará dia 11 de novembro as 12h.

Chegarei à Assembleia amanhã junto com o Pe Rafhael Maciel! Contamos com as orações de todos!!

7 de nov. de 2012

Mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização (II)

3. O encontro pessoal com Jesus Cristo na Igreja

Antes de dizer qualquer coisa sobre as formas que esta nova evangelização deve assumir, sentimos a necessidade de dizer-lhes com convicção profunda que a fé determina tudo na relação que construímos com a pessoa de Jesus, que toma a iniciativa de encontrar-nos. A obra da nova evangelização consiste em apresentar mais uma vez a beleza e novidade perene do encontro com Cristo ao coração muitas vezes distraído e confuso e à mente dos homens e mulheres do nosso tempo, sobretudo para nós mesmos. Convidamos a todos a contemplar o rosto do Senhor Jesus Cristo, para entrar no mistério de sua vida entregue por nós na cruz, confirmado na sua ressurreição dentre os mortos, como dom do Pai, e dada a nós por meio do Espírito. Na pessoa de Jesus, o mistério do amor de Deus Pai para toda a família humana é revelado. Ele não quer que permanecemos em uma falsa autonomia. Ao contrário, ele nos reconciliou consigo mesmo em um pacto de amor renovado.
A Igreja é o espaço oferecido por Cristo na história, onde podemos encontrá-lo, porque ele lhe confiou a sua Palavra, o Batismo, que nos faz filhos de Deus, o seu Corpo e o seu Sangue, a graça do perdão dos pecados, sobretudo no sacramento da Reconciliação, a experiência de comunhão, que reflete o próprio mistério da Santíssima Trindade e da força do Espírito que gera caridade para com todos.
Devemos formar comunidades acolhedoras em que todos os irmãos encontram uma casa, experiências concretas de comunhão, que atraem o olhar desencantado da humanidade contemporânea com a força ardente do amor – “Vede como eles se amam!” (Tertuliano, Apologia, 39, 7). A beleza da fé deve brilhar em particular nas ações da sagrada Liturgia, sobretudo na Eucaristia dominical. É precisamente nas celebrações litúrgicas que a Igreja, revela-se como obra de Deus e faz com que o significado do Evangelho visível na palavra e gesto.
Cabe a nós hoje tornar as experiências da Igreja concretamente acessíveis, multiplicar os poços onde os homens sedentos e mulheres são convidados a encontrar Jesus, oferecer oásis nos desertos da vida. As comunidades cristãs e, nelas, cada discípulo do Senhor, são responsáveis por isso: um testemunho insubstituível tem sido confiado a cada um, para que o Evangelho possa entrar na vida de todos. Isso exige de nós a santidade de vida.
4. As ocasiões de encontro com Jesus e ouvir as Escrituras
Alguém vai perguntar como fazer tudo isso. Não precisamos inventar novas estratégias, como se o Evangelho fosse um produto a ser colocado no mercado das religiões. Precisamos redescobrir as formas em que Jesus se aproximou de pessoas e chamou-os, a fim de colocar em prática essas abordagens nas circunstâncias atuais.
Recordamos, por exemplo, como Jesus envolveu Pedro, André, Tiago e João no contexto do seu trabalho, como Zaqueu era capaz de passar da simples curiosidade para o calor de compartilhar uma refeição com o Mestre, como o centurião romano pediu-lhe para curar uma pessoa querida para ele, como o cego de nascença invocou como libertador de sua própria marginalização, como Marta e Maria viu a hospitalidade de sua casa e do seu coração recompensado pela sua presença. Ao passar pelas páginas dos Evangelhos, bem como pelas experiências missionárias dos apóstolos na Igreja primitiva, podemos descobrir as várias formas e circunstâncias em que as vidas pessoas se abriram à presença de Cristo.
A leitura frequente das Sagradas Escrituras – iluminadas pela Tradição da Igreja, que nos as entrega e é a sua  interpretação autêntica – não só é necessária para conhecer o conteúdo do Evangelho, que é a pessoa de Jesus no contexto de história da salvação. Ler as Escrituras também nos ajuda a descobrir oportunidades de encontrar Jesus, abordagens verdadeiramente evangélicas enraizadas nas dimensões fundamentais da vida humana: a família, o trabalho, a amizade, a várias formas de pobreza e as provações da vida, etc.
5. Evangelizar nós mesmos e abrindo-nos à conversão
Nós, no entanto, nunca devemos pensar que a nova evangelização não nos diga respeito da nossa pessoa. Nestes dias as vozes entre os bispos foram levantadas para lembrar que a Igreja deve, antes de tudo dar atenção à palavra antes de que ela poder evangelizar o mundo. O convite para evangelizar torna-se um apelo à conversão.
Acreditamos firmemente que devemos converter-nos primeiro para o poder de Cristo, o único que pode fazer novas todas as coisas, acima de toda a nossa existência pobre. Com humildade, devemos reconhecer que a pobreza e as fraquezas dos discípulos de Jesus, especialmente de seus ministros, pesam sobre a credibilidade da missão. Estamos certamente conscientes – nós, Bispos, em primeiro lugar – que nunca correspondemos ao chamado do Senhor e ao mandato de anunciar o seu Evangelho para as nações. Sabemos que temos que reconhecer humildemente nossa vulnerabilidade, às feridas da história e não hesitar em reconhecer os nossos pecados pessoais. Estamos, no entanto, também convencido de que o Espírito do Senhor é capaz de renovar sua Igreja e tornando-a resplandecente se o deixarmos moldar-nos. Isto é demonstrado pelas vidas dos Santos, a lembrança e a narração dois quais um meio privilegiado da nova evangelização.
Se esta renovação dependesse de nós, haveria sérias razões para duvidar. Mas a conversão na Igreja, assim como a evangelização, não ocorre principalmente por meio de nós, pobres mortais, mas sim através do Espírito do Senhor. Aqui encontramos a nossa força e nossa certeza de que o mal nunca tem a última palavra seja na Igreja ou na história: “Não deixem que seus corações ser agitados ou com medo” (João 14,27), disse Jesus aos seus discípulos.
A obra da nova evangelização repousa sobre esta certeza serena. Estamos confiantes na inspiração e na força do Espírito, que nos ensinará o que devemos dizer e o que estamos a fazer, mesmo nos momentos mais difíceis. É nosso dever, portanto, vencer o medo pela fé, o desânimo pela esperança, a indiferença através do amor.

6 de nov. de 2012


Saiu a Mensagem do Sínodo sobre a Nova Evangelização. A partir de hoje publicaremos a Mensagem por partes, devido o seu tamanho. Segue a 1a. parte com a introdução e os dois primeiros pontos.

Mensagem final do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização (I)
Irmãos e irmãs,
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1,7). Antes de voltar para as nossas Igrejas particulares, nós, Bispos vindos de todo o mundo que se reuniram à convite do Bispo de Roma, o papa Bento XVI para refletir sobre “a nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, desejamos nos dirigir a todos vocês, a fim de sustentar e orientar a pregação e ensino do Evangelho nos diversos contextos em que a Igreja se encontra hoje para dar testemunho.
1. Como a mulher samaritana no poço
Vamos começar a luz de uma passagem do Evangelho: o encontro de Jesus com a mulher samaritana (cf. João 4:5-42). Não há homem ou mulher que, na vida, não iria encontrar-se como a mulher de Samaria, ao lado de um poço com um balde vazio, com a esperança de encontrar a realização do desejo mais profundo do coração, o que por si só poderia dar sentido pleno para a vida. Hoje, muitos poços oferecer-se para saciar a sede da humanidade, mas temos que discernir de modo a evitar águas poluídas. Devemos orientar a busca corretamente, de modo a não cair para a decepção, o que pode ser prejudicial.
Como Jesus junto ao poço de Sicar, a Igreja também se sente obrigada a sentar ao lado de homens e mulheres de hoje. Ela quer tornar o Senhor presente em suas vidas, para que possam encontrá-lo porque o seu Espírito é a única água que dá a vida verdadeira e eterna. Só Jesus pode ler as profundezas de nosso coração e revelar a verdade sobre nós mesmos: “Ele me disse tudo o que eu fiz”, confessa a mulher aos cidadãos seus companheiros. Esta palavra do anúncio está unida à pergunta que abre a fé: “ele poderia ser o Messias?” Isso mostra que quem recebe a vida nova do encontro com Jesus não pode deixar de proclamar a verdade e a esperança para outros. O pecador que foi convertido torna-se um mensageiro da salvação e leva toda a cidade para Jesus. As pessoas passam do acolher seu testemunho para experimentar pessoalmente o encontro: “Já não acreditamos por causa da sua palavra, para que nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”.
2. A nova evangelização
Levar os homens e mulheres do nosso tempo à Jesus, para o encontro com ele é uma necessidade que toca todas as regiões do mundo, os da velha e os da recente evangelização. Em todos os lugares realmente sentimos a necessidade de reavivar uma fé que corre o risco de eclipse em contextos culturais que impedem seu enraizamento nas pessoas, e sua presença na sociedade, a clareza do seu conteúdo e da coerência de seus frutos.
Não é uma questão de começar de novo, mas de entrar no longo caminho do anuncio do Evangelho a coragem apostólica de Paulo, que iria tão longe a ponto de dizer: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Coríntios 9,16). Ao longo da história, desde os primeiros séculos da era cristã até o presente, o Evangelho tem edificado comunidades de crentes em todas as partes do mundo. Sejam elas pequenas ou grandes, são o fruto da dedicação de gerações de testemunhas de Jesus – missionários e mártires – que recordamos com gratidão.
Os cenários social, cultural, econômico, civil e religiosos mudaram e nos chama para algo novo: a viver a nossa experiência comunitária de fé de uma forma renovada e anunciá-la através de uma evangelização que é “nova em seu ardor, em seus métodos, em sua expressões “(João Paulo II, Discurso à Assembleia do CELAM XIX, Porto Príncipe, 9 de março de 1983, n. 3) como disse João Paulo II. Bento XVI recordou que se trata de uma evangelização que se dirige “principalmente para aqueles que, embora batizados, se afastaram da Igreja e vivem sem referência à vida cristã… para ajudar essas pessoas a encontrar o Senhor, o único que preenche a nossa existência com significado profundo e paz, e para favorecer a redescoberta da fé, que a fonte da graça, que traz alegria e esperança para a vida pessoal, familiar e social “(Bento XVI, Homilia para a celebração eucarística para a inauguração solene da Assembleia XIII Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Roma, 7 de outubro de 2012).

5 de nov. de 2012


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – Finados



Há pouco reverenciamos nossos irmãos falecidos. A Igreja dá à data litúrgica de 2 de novembro o título de “Comemoração de todos os fiéis defuntos”. É um dia no qual nós, cristãos, rezamos principalmente pelos nossos irmãos na fé, ou seja, os batizados em Cristo, que já morreram. Claro que toda a humanidade – e não só os cristãos – são objeto da oração e solicitude da Igreja, que é Corpo de Cristo, o Salvador de todos! Diariamente, na Santa Missa, a Igreja recorda não somente os “nossos irmãos que partiram desta vida”, mas também “todos aqueles cuja fé só vós conheceis”!

Seja como for, o Dia de Finados coloca-nos diante de uma questão fundamental para nossa existência: a questão da morte. Nosso modo de enfrentar a vida depende muito do modo como encaramos a morte, e vice-versa! Atualmente, há quatro modos possíveis de encará-la, de colocar-se diante da realidade da morte. Senão vejamos:

Há aqueles – e não são poucos – que cinicamente a ignoram. Vivem como se um dia não tivessem que morrer: preocupam-se tão somente com esta vida: comamos e bebamos! Em geral, quando vão a um sepultamento, conversam o tempo todo sobre futebol, política ou quaisquer outros assuntos banais e rasteiros. São pessoas rasas, essas; pessoas que nunca pararam de verdade para se perguntar sobre o sentido da vida e, por isso mesmo, não vivem; sobrevivem, apenas! Estas, quando tiverem que enfrentar a própria morte, que vazio, que absurdo encontrarão! É o preço a pagar pelo modo leviano com que viveram a vida! Isto é triste porque quando o homem não pensa na morte, esquece que é finito, passageiro, fugaz e, assim, começa a julgar-se Deus de si mesmo e tudo que consegue é infernizar sua vida e a dos outros. São tantos os exemplos atuais…

Há ainda aqueles que diante da morte se angustiam, apavoram-se até ao desespero. A morte os amedronta: parece-lhes uma insensatez sem fim, pois é a negação de todo desejo de vida, de felicidade e eternidade que cresce no coração do homem. Estes sentem-se esmagados pela certeza de um dia ter que encarar, frente a frente, tão fria, tirana e poderosa adversária. Assim, querendo ou não, podem afirmar como Sartre, o filósofo francês: “A vida é uma paixão inútil!”

Há também um terceiro grupo: o dos otimistas ingênuos. Vemo-los nessas seitas esotéricas de inspiração oriental e em todas as doutrinas reencarnacionistas. A Seicho-no-iê, por exemplo, afirma que o mal, a doença, a morte, são apenas ilusão: a meditação, o autocontrole, a purificação contínua, podem libertar o homem de tais ilusões; o Espiritismo, proclama, bêbado de doce ilusão: “A morte não existe. Não há mortos!” – É esta a afirmação existente num monumento ao nascimento do Espiritismo moderno, em Hydesville, Estados Unidos. Não há morte para nos agredir; há somente uma desencarnação!

Mas, há ainda um último modo de encarar a morte, tipicamente cristão. A morte existe sim! E dói! E machuca! Não somente existe, como também marca toda a nossa existência: vivemos feridos por ela, em cada dor, em cada doença, em cada derrota, em cada medo, em cada tristeza… até a morte final! Não se pode fazer pouco caso dela: ela nos magoa e nos ameaça; desrespeita-nos e entristece-nos, frustra nossas expectativas sem pedir permissão! O cristão é realista diante da morte; recorda-se da palavra de Gn 2,17: “De morte morrerás!” Então, os discípulos de Cristo somos pessimistas? Não! Nós simplesmente não nos iludimos: sabemos que a morte é uma realidade e uma realidade que não estava no plano de Deus para nós: não fomos criados para a ela, mas para a vida! Deus não é o autor da morte, não a quer nem se conforma com ela! Por isso mesmo enviou-nos o seu Filho, aquele mesmo que disse: ”Eu sou a Vida; eu sou a Ressurreição!” Ele morreu da nossa morte para que nós não morramos sozinhos, mas morramos com ele e como ele, que venceu a morte! Para nós, cristãos, a morte, que era como uma caverna escura, sem saída, tornou-se um túnel, cujo final é luminoso. Isto mesmo: Cristo arrombou as portas da morte! Ela tornou-se apenas uma passagem, um caminho para a nossa Páscoa, nossa passagem deste mundo para o Pai: “Ainda que eu passe pelo vale da morte, nenhum mal temerei, porque está comigo!” Em Cristo a morte pode ser enfrentada e vencida! Certamente ela continua dolorosa, ela nos desrespeita; mas se no dia a dia aprendermos a viver unidos a Cristo e a vivenciar as pequenas mortes de cada momento em comunhão com Senhor que venceu a morte, a morte final será um “adormecer em Cristo”.

Por tudo isso, o Dia de Finados é sempre excelente ocasião não somente para rezar pelos nossos irmãos já falecidos, mas também para pensarmos na nossa morte e na nossa vida, pois “tal vida, tal morte!

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