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Palavra do Pastor

Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, Arcebispo Metropolitano de Fortaleza

29 de set. de 2012


Festa dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael!

    

28 de set. de 2012



Eleições Municipais 2012 – Voto consciente e limpo
O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 25 a 27 de setembro, considerando as eleições municipais do próximo mês de outubro, vem reforçar a importância desse momento para o fortalecimento da democracia brasileira. Estas eleições têm característica própria por desencadear um processo de maior participação em que os candidatos são mais próximos dos eleitores e também por debater questões que atingem de forma direta o cotidiano da vida do povo.
A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço de todas as pessoas (cf. GS 75). Saudamos, portanto, os candidatos e candidatas que, nesta ótica, apresentam seu nome para concorrer a um cargo eleitoral. Nascido da consciência e do desejo de servir com vistas à construção do bem comum, este gesto corrobora o verdadeiro sentido da atividade política.
Estimulamos os eleitores/as, inclusive os que não têm a obrigação de votar, a comparecerem às urnas no dia das eleições para aí depositar seu voto limpo. O voto, mais que um direito, é um dever do cidadão e expressa sua corresponsabilidade na construção de uma sociedade justa e igualitária. Todos os cidadãos se lembrem do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum (cf. GS 75).
A lei que combate a compra de votos (9840/1999) e a lei da Ficha Limpa (135/2010), ambas nascidas da mobilização popular, são instrumentos que têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos. A esses instrumentos deve associar-se a consciência de cada eleitor tanto na hora de votar, escolhendo bem seu candidato, quanto na aplicação destas leis, denunciando candidatos, partidos, militantes cuja prática se enquadre no que elas prescrevem.
A vigilância por eleições limpas e transparentes é tarefa de todos, porém, têm especial responsabilidade instituições como a Justiça Eleitoral, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, bem como o Ministério Público. Destas instâncias espera-se a plena aplicação das leis que combatem a corrupção eleitoral, fruto do anseio popular. O resgate da ética na política e o fim da corrupção eleitoral merecem nossa permanente atenção.
O político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, independente das opções ideológicas, partidárias ou qualquer outra legítima opção que cada eleitor possa fazer. Incentivamos a sociedade organizada e cada eleitor em particular, passadas as eleições, a acompanharem a gestão dos eleitos, mantendo o controle social sobre seus mandatos e cobrando deles o cumprimento das propostas apresentadas durante a campanha. Quanto mais se intensifica a participação popular na gestão pública, tanto mais se assegura a construção de uma sociedade democrática.
As eleições são uma festa da democracia que nasce da paixão política. O recurso à violência, que marca a campanha eleitoral em muitos municípios, é inadmissível: candidatos são adversários, não inimigos. A divisão, alimentada pelo ódio e pela vingança, contradiz o principio evangélico do amor ao próximo e do perdão, fere a dignidade humana e desrespeita as normas básicas da sadia convivência civil, que deve orientar toda militância política. Do contrário, como buscar o bem comum, princípio definidor da política?
A Deus elevemos nossas preces a fim de que as eleições reanimem a esperança do povo brasileiro e que, candidatos e eleitores, juntos, sonhem um país melhor, humano e fraterno, com justiça social.
Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençoe nossa Pátria!
Brasília, 27 de setembro de 2012
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida / Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís / Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília/ Secretário Geral da CNBB

20 de set. de 2012

Continua em Aparecida o Encontro Nacional de Formadores de Seminários Menor e Propedêutico, com o tema Desafios e pistas para a convivência entre formandos de faixas etárias e experiências diferentes no processo formativo”. O encontro começou dia 17 e vai até 21 de Setembro, com a assessoria do Pe. Anselmo Matias Limberger - Presbítero da diocese de Santo Amaro, psicólogo clínico e presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros.
Durante o encontro acontecem as exposições do assessor, trabalhos em grupo, além das Celebrações da Liturgia das Horas e a Santa Missa.
Hoje, dia 20 de setembro a Santa Missa aconteceu no Santuário de Nossa Senhora Aparecida. 
Estão participando do encontro 70 padres formadores do Brasil. Do Regional Nordeste I da CNBB - Ceará, estão os Padres: Roberto e Rafhael (Arquidiocese de Fortaleza) e Fábio Soares (Diocese de Sobral)
Confira algumas fotos:
Pe. Anselmo em uma de suas exposições


Dom Valdemar, Bispo Auxiliar de Goiânia e Referencial para a OSIB Nacional


Pe. Leandro Leni, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, repassando informações sobre a JMJ Rio 2013


Momento de Oração das Vésperas na Capela do Seminário Santo Afonso


Na Basílica de Aparecida










19 de set. de 2012

Vamos participar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



17 de set. de 2012

Teve início no final da tarde desta segunda-feira mais um ENCONTRO NACIONAL DE FORMADORES DE SEMINÁRIOS MENORES E PROPEDÊUTICO PROMOVIDO PELA OSIB em Aparecida, SP. Confira a programação e algumas fotos do primeiro dia. Da Arquidiocese de Fortaleza estão presentes os Padres Rafhael e Roberto, Formadores do Seminário Propedêutico de Fortaleza.


osiblogo  ENCONTRO NACIONAL DE FORMADORES DE SEMINÁRIOS MENOR E PROPEDÊUTICO
Tema: Desafios e pistas para a convivência entre formandos de faixas etárias e experiências diferentes no processo formativo”.
Data: 17 a 21 de Setembro
 Assessor: Pe. Anselmo Matias Limberger - Presbítero da diocese de Santo Amaro, psicólogo clínico e presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros
 Local: Seminário Redentorista Santo Afonso – Aparecida SP.
Maiores Informações : Pe. Paulo Batista (Presidente): (61) 3366-9901 / 8604-0099; Pe. Leandro Câmara (Publicações): (21) 3293-6131
Objetivo:
-Buscar elementos que possibilitem um adequado acompanhamento por parte dos formadores.
-Favorecer melhor interação entre os formandos em questão.
-Trabalhar as várias dimensões do processo formativo de tal forma que ajudem no enfrentamento e superação dos conflitos emergentes.
Justificativas:
Diante do aumento das vocações adultas, torna-se necessário “encontrar novos métodos, descobrir novas e diferentes modalidades e construir novos projetos formativos específicos” (Doc. n. 93, n. 115).
                                Pe. Roberto e Pe. Rafhael sob o olhar da Mãe Aparecida



                               Acendendo as Velas à Nossa Senhora pelas Vocações Sacerdotais.



                          Celebração Eucarística da Abertura na Capela do Seminário Santo Afonso




Pe. Paulo (1a. foto) e Pe. Valdeci (2a. foto): na abertura e assessoria do primeiro dia: itinerário do encontro e fala sobre a realidade vocacional e da juventude hoje.





15 de set. de 2012



Escute e assista ao Hino Oficial da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013.

http://www.rio2013.com/pt/a-jornada/hino

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=287384



(Hino Oficial da JMJ Rio2013)

Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor,
que sobre o monte, o Corcovado,
abraça o mundo com Seu amor.

(Refrão)

Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"

Juventude, primavera:
esperança do amanhecer;
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra,
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio,
Só o bem e paz a não ter fim.

Do nascente ao poente,
nossa casa não tem porta,
nossa terra não tem cerca,
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo,
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!

Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações,
um povo novo, em unidade,
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem
em mundo novo que vai chegar.


13 de set. de 2012

         
Carisma Diocesano – Homens oblados, homens santificados - Parte I

Amados irmãos do nosso blog, a partir de hoje iremos postar em nosso blog alguns exemplos de presbíteros diocesanos que hoje são venerados pela Igreja como santos. E assim poderemos vislumbrar que na vida diocesana o chamado à santidade é ainda mais pertinente.

Começaremos com São João Maria Vianney.



            Nascia na pequena cidade de Dardilly (França), em 08 de maio de 1786, João Batista Maria Vianney. Este viria a se tornar um grande exemplo para os sacerdotes, o padroeiro destes.
            De uma família de agricultores, o terceiro de seis filhos, desde pequeno recebeu a instrução católica de seus pais, Mateus Vianney e Maria Béluse. O cristianismo era muito presente nesta família de pessoas simples. Pedro Vianney, pai de Mateus, havia outrora abrigado em sua casa o “vagabundo de Cristo”, São Bento José Labre.
            Essa família, mesmo diante das dificuldades e das perseguições oriundas dos “anos do Terror” (período da Revolução Francesa), se mostra fiel à Igreja, participando da santa missa, celebrada clandestinamente em celeiros por padres refratários (contrários à revolta), direcionando seus filhos no caminho da Verdade.
            Por volta dos 17 anos, João Maria Vianney, sente consolidado o chamado ao sacerdócio. No início há a resistência do pai, que depois acaba sendo convencido, pela sua esposa, e aceitando a vocação do filho.
            O jovem Vianney, acostumado com os trabalhos braçais, sentiu muitas dificuldades nos estudos, quanto à memorização dos conteúdos e à compreensão do latim. Mas, com muito esforço, dedicação e oração, após ter visitado o túmulo de São João Francisco de Régis, em Louvesc, e pedido sua intercessão, conseguiu ser ordenado, em 13 de agosto de 1815.
            No início do seu ministério sacerdotal, devido às debilidades nos estudos, não tinha licença para ouvir confissões.
            Por volta de 1817, foi enviado ao povoado de Ars, cidadela com cerca de 230 habitantes. Esta, por sua vez, devido à ausência de padres (resultado da Revolução, onde muitos sacerdotes foram mortos na guilhotina), tinha se tornado uma cidade completamente mundana, onde os jovens viviam em tabernas e festas dançantes, o domingo não era respeitado, a oração não era comum e a igreja paroquial era escassa de fieis.  Estes pontos serão fortemente criticados pelo Pe. João Maria Vianney em suas homilias e catequeses.
            Dedicou-se com todas as suas forças pela conversão dos cidadão de Ars. Rezava e jejuava constantemente, passava horas em adoração ao Santíssimo Sacramento, tudo em penitência por aqueles que ainda estavam afastados de Deus. Quanto às homilias, o santo anotava suas inspirações, para que não fossem esquecidas e passava longos momentos memorizando e aperfeiçoando sua fala. Com caridade pastoral abordava diretamente em assuntos que manchavam a honra daquela comunidade e iam contra à vontade de Deus.
            O Cura de Ars (Cura – modo como eram chamados os sacerdotes de pequenas cidades e vilarejos), que outrora era impedido de confessar, começou a passar horas no confessionário e a ser procurado por pessoas de diversos lugares que ficavam encantadas com suas pregações e seus conselhos, e reconheciam que Ars já não era a mesma.
            O êxito do exemplar ministério sacerdotal e da vida austera desse humilde homem, que muitos não colocaram credibilidade, se deu pelo amor. Este tinha um amor grandioso por Nosso Senhor Jesus Cristo, por Nossa Senhora e pela sua vocação. Daí um pensamento seu: “O Sacerdote só será bem compreendido no céu... Se o compreendêssemos na terra, morreríamos, não de pavor, mas de amor.

São João Maria Vianney, rogai por nós!

10 de set. de 2012



ENCONTRO VOCACIONAL CONCEP

CIONISTA                                                                  
                                                 
Convidamos as jovens que desejam fazer um discernimento vocacional ou conhecer nossa Ordem e nosso dia a dia, a participarem do Encontro Vocacional neste mês de setembro.

Data: 22 de setembro de 2012
Horário: às 14h30min
Local: Mosteiro da Imaculada Conceição e São José
Av. Visconde do Rio Branco, 2590.

Maiores informações: 3226.2038
E-mail: vocacionalfortaleza.oic@hotmail.com


FERIADÃO VOCACIONAL 

Neste feriadão da Independência o coordenador da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Fortaleza percorreu várias Paróquias com Missas e visitas vocacionais.

CONFIRA!!!!!

04.09 > Missa na Festa do Santo Cruzeiro em Guaiúba > Abertura da Festa.
06.09 > Missa na Festa de Nossa Senhora da Saúde > Caponga, Cascavel.
07.09 > Missa da 1a. Sexta-feira do Mês e instalação da Equipe Vocacional Paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Conceição > Pacatuba.
08.09 > Missa da Festa de Nossa Senhora da Penha > Maranguape
             Missa da Festa de Nossa Senhora da Saúde > Mucuripe, Fortaleza
             Missa com o Projeto Juventude > Shalom da Paz, Fortaleza
09.09 > Missa e visitas vocacionais na Paróquia de Nossa da Conceição > Redenção.
             Missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde > Mucuripe, Fortaleza.
             Missa na Comunidade Católica Um Novo Caminho, Paróquia São Vicente de Paulo > Dionísio Torres, Fortaleza.
PACATUBA


 PROJETO JUVENTUDE SHALOM


MISSA E VISITAS - REDENÇÃO




MARANGUAPE


7 de set. de 2012


                                 AOS FUTUROS SACERDOTES !!! SEMINARISTAS...
          



Um trecho de uma homilia de Bento XVI aos seminaristas (JMJ - Madri 2011): 


"Queridos amigos, vos preparais para ser apóstolos com Cristo e como Cristo, para ser companheiros de viagem e servidores dos homens.
Vendo-vos, comprovo de novo como Cristo continua chamando jovens discípulos para fazer deles seus apóstolos, permanecendo assim viva a missão da Igreja e a oferta do evangelho ao mundo. Como seminaristas, estais a caminho
 para uma meta santa: ser continuadores da missão que Cristo recebeu do Pai. Chamados por Ele, seguistes a sua voz; e, atraídos pelo seu olhar amoroso, avançais para o ministério sagrado. Ponde os vossos olhos n’Ele, que, pela sua encarnação, é o revelador supremo de Deus ao mundo e, pela sua ressurreição, é a fiel realização da sua promessa. Dai-Lhe graças por este sinal de predilecção que reserva para cada um de vós".

PAPA BENTO XVI


Quinta-feira, 06 de setembro de 2012, 13h35

As diversas formas de ler a Bíblia - do papel ao Tablet

Pedro Teixeira
Canção Nova Notícias

Setembro é o mês da Bíblia. O livro, considerado o mais vendido no mundo, já começa a ser lido através das mídias sociais.

Cada vez mais, a internet oferece opções para internautas que querem aproveitar mais o tempo para se aprofundarem na espiritualidade.

Assista à reportagem

6 de set. de 2012


Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?



Demoraram alguns séculos para que a Igreja Católica chegasse à forma final da Bíblia, com os 72 livros como temos hoje. Em vários Concílios, ao longo da história, a Igreja, assistida pe
lo Espírito Santo (cf. Jo 16,12-13) estudou e definiu o Índice (cânon) da Bíblia; uma vez que nenhum de seus livros traz o seu Índice. Foi a Igreja Católica quem berçou a Bíblia. Garante-nos o Catecismo da Igreja e o Concílio Vaticano II que: “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (Dei Verbum 8; CIC,120). Portanto, sem a Tradição da Igreja não teríamos a Bíblia. Santo Agostinho dizia: “Eu não acreditaria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja Católica” (CIC,119).

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante? Esta tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe. No ano 100 da era cristã, os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definir a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começavam a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os judeus não aceitaram. Nesse Sínodo, os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte: (1) Deveria ter sido escrito na Terra Santa; (2) Escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego; (3) Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.); (4) Sem contradição com a Torá ou lei de Moisés. Esses critérios eram puramente nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia em 537aC. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados anteriomente. Mas a Igreja católica, desde os Apóstolos, usou a Bíblia completa.

Em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma influente colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. O rei do Egito, Ptolomeu, queria ter todos os livros conhecidos na famosa biblioteca de Alexandria; então mandou buscar 70 sábios judeus, rabinos, para traduzirem os Livros Sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu, assim, a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta, que a Igreja Católica sempre seguiu. Essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram.

Havia, dessa forma, no início do Cristianismo, duas Bíblias judaicas: a da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando inspirados (canônicos) os livros rejeitados em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento, utilizaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passaram para o uso dos cristãos. Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos Apóstolos. Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15.

Nos séculos II a IV, houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Mas a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros. Após a Reforma Protestante, Lutero e seus seguidores rejeitaram os sete livros já citados. É importante saber também que muitos outros livros, que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute. Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes. Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e de Macabeus II; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.

Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha. No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel. Lutero, quando estava preso em Wittenberg, ao traduzir a Bíblia do latim para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia. Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes.” (DV,8). Se negarmos o valor indispensável da Igreja Católica e de sua Sagrada Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia. Note que os seguidores de Lutero não acrescentaram nenhum livro na Bíblia, o que mostra que aceitaram o discernimento da Igreja Católica desde o primeiro século ao definir o Índice da Bíblia. É interessante notar que o Papa São Dâmaso (366-384), no século IV, pediu a S.Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas traduções latinas que havia da Bíblia, o que gerava certas confusões entre os cristãos. São Jerônimo revisou o texto grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento, dando origem ao texto latino chamado de Vulgata, usado até hoje.

Professor Felipe Aquino

5 de set. de 2012



SETEMBRO: MÊS DA  BÍBLIA
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Estamos em mais um dos meses temáticos. Além dos temas dos textos bíblicos e os próprios da liturgia, a Igreja no Brasil nos sugere um assunto que perpassa todo o mês para a nossa reflexão.
Em setembro, a Igreja Católica celebra o mês da Bíblia. Esse mês temático foi criado em 1971 e ele foi escolhido porque no último domingo celebramos o Dia Nacional da Bíblia, devido à proximidade da festa de São Jerônimo, patrono dos estudos Bíblicos, no dia 30.
A cada ano um livro bíblico é aprofundado em nossas comunidades, seja pelas reuniões de grupos, seja pelas publicações, ou ainda pelas celebrações. Neste ano, o tema deste mês é “discípulos missionários, a partir do Evangelho de Marcos”. A escolha desse evangelista ocorre devido ao ano “B” da liturgia dominical, que contempla a leitura desse texto. Jà está previsto para os próximos anos seguir o mesmo tema à luz do evangelho do domingo: Lucas, Mateus e depois, em 2015, João.
Graças aos apóstolos, mais próximas testemunhas que viveram com Jesus Cristo, chegam até nós a Boa-Notícia da Salvação proclamada pelo Filho de Deus. Assim se expressa São Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Só Tu tens palavras de vida eterna?" (Jo 6, 68).
Fé na Palavra, que é viva! O Verbo é o prório Cristo: Ele é a Palavra viva! A Bíblia, ou Sagrada Escritura, é como uma carta enviada, que hoje atualizamos com a prática da fé, à luz da Tradição da Igreja e do Magistério Pontifício. É a Sua Palavra viva e eficaz.
O que a Palavra de Deus me diz, ainda hoje, aqui e agora? Deus fala, ainda hoje, e as palavras são dirigidas a todas as pessoas. Este é o grande mistério da Palavra de Deus. Para cada um dirige pessoalmente a sua voz.
Essa verdade tem consequências enormes. Você precisa ter consciência do que Deus diz na Palavra, a fim de não perder esses momentos especiais. É então que se faz necessário perguntar: O que Deus diz para mim, hoje?
Fé na Palavra, que dá a vida! A Palavra que é dirigida a mim, pessoalmente, é a fonte da verdadeira vida. A Palavra deve ser assumida com uma fé profunda, que é sempre dirigida a mim – aqui e agora!!
Encontro com a Palavra viva: sobre o tema, a verdadeira escola de escuta e oração, o Papa João Paulo II, em sua Carta para o terceiro milénio, Novo millennio ineunte, nos lembra este verdadeiro programa de pastoral. Ele escreve: "É necessário que a escuta da Palavra de Deus deve tornar-se uma vida de acordo com a tradição antiga e sempre válida da lectio divina, para ajudar a encontrar o texto bíblico como Palavra viva que interpela, orienta e plasma a existência". Este foi o método escolhido para ser seguido pelos nossos círculos bíblicos. É também o capítulo IV de nosso 11º Plano de Pastoral de Conjunto: “A Palavra de Deus: lugar Privilegiado para o Encontro com Jesus Cristo”.
A Palavra é uma palavra constantemente presente. Jesus envia seus discípulos a todo o mundo, ordena-lhes fazer discípulos entre as nações por onde passaram, a pregar a Palavra exatamente como foi comunicada a eles.
Ler a Bíblia supõe abertura à ação do Espírito Santo, mas também aprofundamentos. São importantes alguns estudos preliminares, que fornecem uma visão geral das informações básicas sobre o ambiente em que o livro foi escrito. Por isso, é preciso conhecer o contexto mais amplo da Bíblia. Este contexto irá variar dependendo de qual livro queremos ler.
Por exemplo: é óbvio que devemos ler os Evangelhos com uma ótica diferente de como lemos o livro do Apocalipse. Esta preparação é ainda mais necessária no caso do Antigo Testamento, que contém uma série de textos escritos dentro de uma cultura muito antiga. Novas traduções são fornecidas e somos ajudados com os comentários de rodapé ou à margem do texto. Recorrer aos Dicionários Bíblicos também nos complementa a ter uma visão mais ampla dos temas e situações. Estes materiais nos ajudam para a leitura individual. Nesse aspecto, vale a pena mencionar dois princípios básicos de leitura da Bíblia. Na sua base, há uma regra geral que diz que toda a Bíblia é um farol para os seres humanos. Assim, o primeiro e fundamental princípio para se ler a Bíblia é este: cada declaração das Escrituras considera o contexto em que ela ocorre.
A segunda regra aplica-se a ter em conta os diferentes tipos de passagens literárias da Bíblia. Quem já teve até mesmo um contato superficial com várias obras literárias sabe que o caminho para ler e interpretar tais documentos, ou prosa (como o romance) e poesia é uma forma diferente. Os autores bíblicos também se beneficiaram de uma grande variedade de gêneros literários. Na Bíblia, encontramos textos poéticos (por exemplo, Salmos); encontramos fragmentos de documentos oficiais (por exemplo, no livro de Esdras, Macabeus); encontramos fragmentos de narrativa (por exemplo, em Atos dos Apóstolos). Cada leitura é um pouco diferente. E é necessário evitar o maior perigo na leitura da Bíblia, que é a interpretação fundamentalista. Esta interpretação é de significado literal de cada uma das frases das Escrituras, sem levar em conta as implicações históricas da criação do texto. A leitura fundamentalista da Bíblia enfatiza a interpretação literal. Necessitamos descobrir o que está na narrativa bíblica e que é o mais importante, a saber – a mensagem de levar o homem para a salvação.
O nosso dia deveria começar com a leitura da Palavra. A tradição da Igreja nos coloca os salmos para a oração da Liturgia das Horas. É, pois, importante que o inciemos com a leitura orante da Palavra de Deus, algo que vai proteger o nosso coração durante o dia, como Maria, que mantinha tudo no seu coração. Armanazenar a Palavra logo de manhã para irmos “ruminando” durante todo o dia. No final do mergulho na meditação, iniciamos um novo dia com todos os problemas que ele traz, mas no coração temos uma palavra, ou pelo menos um de seus versos, algo recebido e acolhido a partir da leitura.
Na liturgia da missa, os vários textos se complementam e, na sequência, nos ajudam a mergulhar ainda mais no mistério.
Que no mês da Bíblia, em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas comunidades e principalmente na animação do nosso círculo bíblico possamos, cada vez mais, colocar a Palavra de Deus como centro de nossa ação evangelizadora.

4 de set. de 2012


Terça-feira, 04 de setembro de 2012, 08h58

Jovem conta como Palavra de Deus mudou sua vida

Kelen Galvan
Canção Nova (da Redação)

Comissão da CNBB
Maria Cecília Rover, assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB
A leitura orante da Palavra de Deus é capaz de proporcionar o encontro pessoal com Jesus e uma mudança radical na vida das pessoas. É o que destaca Maria Cecília Rover, assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, em entrevista aonoticias.cancaonova.com.

Segundo ela, a partir dessa experiência verdadeira com Jesus através da Palavra de Deus, a pessoa se engaja profundamente na Igreja e é capaz de, mesmo com os desafios e questionamentos, manter-se firme nos valores que são os valores evangélicos.

Márcio Ribeiro, 31 anos, da cidade de Cascavel, no Paraná, experimentou essa transformação em sua vida a partir do momento em que começou a ler a Bíblia diariamente.

Ele conta que antes mesmo de ter tido uma experiência pessoal com Deus, começou a ler a Bíblia aos 17 anos como uma forma de "descansar a mente das leituras dos livros de vestibular", e aos 21 anos, após ter um "encontro especial com Jesus" - como ele descreve-, passou a lê-la todos os dias, até hoje.

"A mudança que ocorreu em minha vida foi significativa porque pude entender o plano de salvação que o Senhor tem para o mundo e para a minha vida, pude ainda perceber o quanto Deus me ama, conhecer as suas promessas e o que mais gosto de dizer é o quanto eu me tornei uma pessoa melhor, mais humana, compreensiva comigo mesmo e com aquele que está ao meu redor. A leitura da Bíblia aumentou em mim a concentração e desenvolveu o meu raciocínio", explica Márcio.

Maria Cecília afirma que a Igreja tem consciência desses frutos da leitura constante da Sagrada Escritura, tanto que ela está trabalhando para que a "Palavra de Deus seja colocada como centro da vida e da ação da Igreja".

"Não há nenhuma ação da Igreja que não deva ser alimentada, iluminada pela Palavra de Deus. Ela suscita, alimenta a vida pessoal e também a vida de toda pastoral da Igreja", destaca a assessora da comissão bíblico-catequética.

Mas o que fazer quando não se consegue compreender a Palavra de Deus?

Márcio recorda que nas primeiras vezes em que leu a Bíblia entendeu poucas coisas, mas por persistência, lia assim mesmo. "Sempre fui teimoso e não gostava de me sentir vencido", relata.
 
Arquivo pessoal
Márcio Ribeiro durante uma pregação. Atualmente ele coordena o Ministério de Pregação da RCC em Cascavel (PR)

Tempos depois foi à Paróquia que frequentava à procura de informações que o ajudassem a entender melhor a Bíblia. Começou a assistir o programa Escola da Fé, com o Prof. Felipe Aquino, e a partir das orientações do seu pároco adquiriu o livro "A Bíblia no meu dia a dia", de Monsenhor Jonas Abib. "Essas ferramentas foram sendo instrumentos eficazes na minha vida e me ajudando a superar as dificuldades", recorda Márcio.

E o esforço gerou frutos. Hoje Márcio é o coordenador do Ministério de pregação da Renovação Carismática Católica (RCC) na cidade de  Cascavel. Casado há apenas seis meses, continua fazendo seu diário espiritual, onde escreve suas experiências diárias com a Palavra de Deus e ali consegue constatar os cuidados e a fidelidade de Deus para com ele.

Essa formação cristã para o entendimento e a interpretação correta da Sagrada Escritura é, para a assessora da Comissão da CNBB, uma das funções da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética. E uma das orientações que a Igreja dá às pessoas que sentem dificuldades é que elas procurem estudar a Bíblia em comunidade.

"Qualquer agente de pastoral, qualquer cristão, na verdade, deve aproximar-se da Palavra de Deus para conhecê-la, e se há dificuldade de conhecê-la individualmente é porque realmente a Palavra de Deus é feita para ser estudada em comunidade, vivida em comunidade", afirmou Maria Cecília.

Ela destaca que a Igreja sugere o método da Lectio Divina, com seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação. Ela salienta ainda que "estudo é fundamental, mas a oração [com a Bíblia] também é fundamental. Para conhecer melhor e para entender e ser capaz de interpretar corretamente a Sagrada Escritura é necessário o estudo e a oração com a Palavra de Deus". 

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